Antes de comemorar com fogos de artifício a modesta redução da taxa selic, por favor, leia com atenção esse post para não fazer vergonha por aí
A taxa de juros selic, descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses, continua a assegurar ao Brasil o primeiro lugar no ranking de nações com a maior taxa de juros reais no mundo.
O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (20/9) que a taxa selic permanecerá próxima ao céu, 12,75% ao ano, o que é uma péssima notícia para o tesouro nacional usa esse índice para remunerar os títulos da dívida pública interna.
Ou seja, quanto maior os juros básicos, pior para os serviços públicos essenciais que perdem dinheiro para banqueiros e especuladores.
No início deste mês, o governo encaminhou ao Congreso Nacional proposta orçamentária considerando uma queda do atual patamar de 12,75% ao ano para 9,8% até o final de 2024, portanto, uma diminuição conservadora para as exigências do país que precisa se desenvolver e criar empregos.
A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, divulgou projeções da taxa Selic até o ano de 2027, o que indica o caminho que o governo vai palmilhar nos próximos anos.
- Ano de 2023: taxa de juros 13,12%
- Ano de 2024: taxa de juros 9,80%
- Ano de 2025: taxa de juros 7,82%
- Ano de 2026: taxa de juros 7,05%
- Ano de 2027: taxa de juros 7,06%
O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem mandato assegurado somente até o dia 31 de dezembro de 2024.
Nunca é demais recordar que antes da pandemia, em 2020, o taxa selic era de 2% ao ano, portanto, essa suposta diminuição de 0,5% [meio ponto percentual] é uma tremenda piada de mal gosto que merece um rechaço geral da sociedade.
O projeto encaminhado ao Congresso Nacional pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no começo do mês, prevê receitas e despesas de 2,2 trilhões e, portanto, déficit fiscal zero para o ano de 2024.
“Deficit zero” é uma expressão relacionada a políticas fiscais que buscam equilibrar as contas públicas, ou seja, garantir que o governo não gaste mais do que arrecada.
Isto significa que o governo federal poderá cortar investimentos em áreas essenciais como saúde, educação, habitação, valorização dos servidores públicos, por exemplo, para cumprir a anunciada meta de déficit zero.
O défict zero soa como música para banqueiros e especuladores, que veem a possibilidade de continuar ganhando dinheiro fácil com os títulos da dívida pública que são remunerados com dinheiro do Orçamento da União.
Portanto, a taxa selic diz respeito a essa gente da especulação que fucionam como sanguessugas do erário público.
Eles são mais nocivos à sociedade do que os piores corruptos que já surgiram nesse País.
O Blog do Esmael não está sozinho nessa avaliação contrária à maré.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também cobra a redução da maior taxa de juros do planeta e o fim desta aberração, juros altos, a que o país foi condenado por tanto tempo pelo BC de Campos Neto.
“O Brasil quer voltar a crescer, gerar empregos e oportunidades. E o BC tem de ter responsabilidade com o país”, exigiu a dirigente petista.
Gleisi Hoffmann ainda criticou a lentidão na redução da taxa de juros:
“O processo de redução da maior taxa de juros do planeta começou tarde e não pode ser feito a conta-gotas, como indica o comunicado do Copom desta quarta-feira. O Brasil perdeu tempo demais com uma politica monetária errada, imposta por um governo irresponsável e um BC sem compromisso com o país. O país tem pressa e precisa voltar urgentemente à normalidade.”
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