Ata do Copom deixa petistas de cabelo em pé: Gleisi e deputados criticam decisões do Banco Central sobre taxa de juros

A recente divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 19 e 20 de março, trouxe à tona uma série de críticas por parte de líderes petistas e deputados. O documento, emitido pelo Banco Central, levantou discussões acaloradas ao atribuir ao emprego e ao salário um risco para a queda de juros no país.

Na semana anterior à divulgação da ata, o Copom optou por reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 p.p., para 10,75% ao ano, marcando o sexto corte consecutivo. Essa decisão, embora celebrada por alguns setores, encontrou resistência entre aqueles que criticam os juros altos no país, considerando-os prejudiciais ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar dos trabalhadores brasileiros.

Para a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, a interpretação da ata do Copom é preocupante. Em suas palavras, “tratar aumento do emprego e da massa salarial como ameaças para a queda dos juros é um tapa na cara do país.” Hoffmann ainda critica a postura do Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, como uma “ameaça constante e cada vez maior ao crescimento econômico de que o Brasil tanto precisa.”

Um dos pontos mais debatidos na ata do Copom foi a análise detalhada do mercado de trabalho. Os diretores do comitê se aprofundaram na discussão sobre aumentos salariais e sua possível relação com pressões no mercado de trabalho.

Destacou-se que, ao longo das últimas reuniões, o Copom enfatizou os dados referentes a rendimentos, reconhecendo a complexidade na avaliação do nível de aperto do mercado de trabalho, especialmente devido às questões metodológicas das pesquisas de emprego, aos impactos da pandemia e à reforma trabalhista.

Além disso, houve observações sobre a recuperação da produtividade em 2023, principalmente no setor agropecuário, enquanto os rendimentos continuaram pressionados de maneira generalizada. Isso sugere que os rendimentos não foram explicados predominantemente por ganhos de produtividade, mas sim pelo fechamento do hiato do produto.

Economia

Outro ponto abordado na ata foi a relação entre o mercado de trabalho e os preços na economia. O Copom destacou a causalidade recíproca entre os preços e a dinâmica de rendimentos, suas defasagens e as elasticidades de impacto de um sobre o outro.

Foi ressaltado que o comitê continuará incorporando os dados do mercado de trabalho em sua análise, sem adotar uma visão mecânica ou definitiva sobre quaisquer impactos ou relações. Seguirá atento à dinâmica dos rendimentos nas diversas pesquisas, visando melhor avaliar o grau de ociosidade no mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a inflação de serviços.

Além das críticas da presidenta nacional do PT, outros deputados do partido se manifestaram contra a interpretação do Copom sobre o emprego e a renda. Lindbergh Farias, por exemplo, destacou a preocupação do comitê com os “efeitos da ampliação de ganhos reais” e sua relação com a dinâmica prospectiva da inflação de serviços. Para Farias, essa abordagem é equivocada e coloca a culpa dos juros altos no aumento do emprego e da renda.

Em suma, a ata do Copom gerou controvérsias e críticas, especialmente por parte de líderes e representantes do PT, que veem nas políticas monetárias uma ameaça ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar dos trabalhadores brasileiros. A interpretação do comitê sobre a relação entre emprego, salário e inflação levanta questões sobre a adequação das políticas adotadas pelo Banco Central e sua repercussão na economia nacional.

Neste contexto, o Blog do Esmael se filia à tese da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, segundo a qual emprego e massa salarial são a mola propulsora do desenvolvimento e do crescimento econômico do país.

LEIA TAMBÉM

Deixe um comentário