A CGT (Confederação Geral de Trabalhadores) da Argentina disse nesta quinta (21/12) que há clima para uma greve geral no país contra as medidas econômicas do presidente Javier Milei, que retira direitos trabalhistas.
Em um decreto considerado inconstitucional, Milei anunciou a privatização de empresas públicas, a transferência do pacote de ações das Aerolíneas, a chegada da SA ao futebol e mudanças nos medicamentos pré-pagos e nas obras sociais.
De acordo com CGT, a desregulamentação econômica elimina milhares de direitos dos trabalhadores, precariza serviços essenciais, gera desemprego, e possibilita a venda de medicamentos e vacinas até em quiosques.
O tom das críticas a Milei, duas semanas após a posse, aumentaram porque o novo presidente pretende governar por meio de Decreto de Necessidade e Urgência (DNU).
Os partidos e parlamentares se somam à indignação dos líderes sindicais argentinos.
Eles são uníssonos ao afirmar que a Argentina precisa de reformas, mas não por decreto.
De acordo com as forças vivas e democráticas do país vizinho, o instrumento para que isso aconteça é uma lei do Congresso.
Neste contexto, o Observatório do Direito à Cidade fez a primeira ação judicial contra o DNU do presidente Javier Milei perante a Justiça do Contencioso Administrativo Federal.
As “As Abuelas de Plaza de Mayo” [Avós da Praça de Maio] publicaram um comunicado no qual repudiavam o “megadecreto do presidente Javier Milei” como “inconstitucional e antirrepublicano”.
Enfim, a Argentina caminha célere rumo a uma greve geral.
Nas últimas horas, o país vizinho começou assistir aos primeiros protestos – apesar da ameaça de repressão policial pelo governo de extrema direita.
A pergunta que se faz em Buenos Aires é quando o “Bolsonaro Argentino” irá cair por desafiar o Congresso e os fundamentos da democracia da Argentina.
Tic-tac.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.