Apreensão de picapes com maconha esquenta debate contra privatização da Copel [vídeos]

No Blog do Esmael, trazemos uma notícia que promete aquecer o debate sobre a privatização da Copel, a companhia de energia do Paraná. O deputado estadual Requião Filho (PT) divulgou um vídeo enigmático nas redes sociais, despertando a curiosidade dos espectadores nesta sexta-feira (26/5). Em suas palavras lacônicas, ele questiona a conexão entre Santa Catarina, a Polícia Federal e uma operação chamada Hemorragia com a Copel. Os detalhes desse mistério ainda serão desvendados aqui no Blog do Esmael.

Na última quinta-feira (25/5), um acontecimento inusitado na Grande Florianópolis chocou as autoridades. Durante uma abordagem por excesso de velocidade na BR-101, duas picapes que pertenciam a uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Copel foram interceptadas. Para surpresa dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os veículos estavam carregados com uma carga surpreendente: uma tonelada e meia de maconha. Essa descoberta revelou uma trama obscura que conecta o tráfico de drogas e a privatização da Copel – segundo o movimento que luta pela Copel Pública.

A terceirização dos serviços e da mão de obra na companhia abra a porta para esse tipo de atividade criminosa, pois esse modelo de gestão prescinde do controle de seus colaboradores. Já na Copel Pública é diferente porque é imprescindível uma política de recursos humanos, bem como há uma rigidez na mobilização de seus quadros técnicos.

A PRF agiu com rapidez ao flagrar as picapes trafegando perigosamente em alta velocidade. Durante a busca, foram encontrados compartimentos secretos nos veículos, especificamente destinados ao transporte de equipamentos de manutenção elétrica. No entanto, em vez disso, havia uma enorme quantidade de maconha, totalizando 1.511 quilos.

A eficiência da PRF resultou na prisão de três indivíduos suspeitos. Dois deles estavam utilizando uniformes da empresa terceirizada, sendo que um deles era funcionário do local. O terceiro suspeito, sem nenhuma relação com a empresa de energia, foi detido junto aos outros dois. Durante o interrogatório, eles revelaram que buscaram a carga de maconha no Norte do Paraná com o intuito de entregá-la na região da Grande Florianópolis. Os veículos foram usados como disfarce para tentar enganar as autoridades durante a fiscalização na rodovia.

Os três indivíduos foram conduzidos à Polícia Federal em Florianópolis e irão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Enquanto isso, a Copel esclareceu que os veículos utilizados no transporte da droga não fazem parte de nenhum contrato vigente de prestação de serviços à empresa. Um dos veículos havia prestado serviços até janeiro deste ano e encerrou seu vínculo com a companhia, não possuindo autorização para utilizar a logomarca da Copel. O outro veículo nunca esteve a serviço da empresa.

Economia

Essa apreensão de maconha em uma abordagem por excesso de velocidade na BR-101 em Santa Catarina traz à tona a importância do combate ao tráfico de drogas nas estradas do país.

Sobre a Operação Hemorragia

Por outro lado, o deputado Requião Filho citou uma tal Operação Hemorragia. O Blog do Esmael foi atrás e descobriu que essa operação, que é a segunda fase da Operação Alcatraz, teve início em julho de 2018 a partir de uma denúncia da Receita Federal sobre desvio de recursos públicos em contratos do governo de Santa Catarina, envolvendo a empresa responsável pelo plano de saúde dos servidores estaduais e empresas de tecnologia da informação.

Uma das investigadas é mulher de um diretor da Copel, que teve recentemente pedido de desbloqueio de bens negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ela atua nas áreas

As investigações revelaram várias irregularidades em contratos firmados entre 2006 e 2018 por diferentes secretarias estaduais, empresas estatais e até mesmo pela Assembleia Legislativa do Estado. Os procedimentos licitatórios eram fraudulentos e direcionados para as empresas envolvidas no esquema, com prorrogações indevidas para beneficiar os membros da organização criminosa.

Os contratos com a empresa responsável pelo plano de saúde resultaram em pagamentos de mais de R$ 400 milhões, sendo que houve desvio e pagamento de propina de aproximadamente R$ 66,5 milhões. Além disso, uma empresa de tecnologia da informação recebeu mais de R$ 76,4 milhões em contratações com a Secretaria de Estado da Saúde, sendo que os desvios e pagamentos de propina chegam a R$ 26 milhões.

As investigações apontaram a participação direta dos agentes políticos envolvidos no esquema criminoso, que contavam com a ajuda de servidores públicos ou apadrinhados políticos ocupando cargos na administração pública. O desvio dos recursos públicos era realizado por meio de empresas de fachada, contratações fictícias e saques em espécie.

Essas revelações mostram a gravidade dos desvios de recursos públicos e a necessidade de combater a corrupção em todas as esferas do governo.

Consta também, no início deste ano, que uma das empresas privadas envolvida celebrou acordo de leniência com o governo de SC, pagando R$ 50 milhões, e seu principal executivo fez colaboração premiada.

No entanto, ao que parece, o deputado Requião Filho tem informações mais quentes sobre esse fato e aguardaremos ansiosamente pela próxima sessão na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).

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