A privatização do setor energético brasileiro, literalmente, foi um salto para o escuro.
Há uma semana, a ENEL não consegue restabelecer a energia elétrica na região central da cidade de São Paulo.
No Paraná, os apagões da Copel se tornam tão recorrentes quanto a necessidade de respirar.
Em uma área rural da região metropolitana de Curitiba, houve uma queda de energia às 15h desta quinta-feira (21/3). Voltou às 23h.
O setor produtivo contabiliza prejuízos crescentes com a perda de qualidade da energia, cada vez menos confiável.
A falta de luz causou em seis meses mais prejuízos do que arrecadou o governo do Paraná com a privatização da Copel, estimam entidades produtivas do estado.
O Rio Grande do Sul, idem, cerca de 230 mil gaúchos enfrentam as quedas de energia da CEEE nesta sexta-feira.
A questão dos apagões poderia ser atribuída a São Pedro, às tempestades, no entanto, o restabelecimento do serviço está mais demorado porque houve demissões e perda de memória técnicas dessas empresas privatizadas.
Esta crise energética era anunciada antes da privatização. Ocorreu o mesmo em países que transferiram o serviço para empresas privadas e, posteriormente, tiveram de recuar. Vide os casos da Califórnia e do Texas, nos EUA; França e Grã-Bretanha – só para ficar em alguns poucos exemplos.
Portanto, a reestatização do setor energético não seria um fetiche ideológico e sim uma decisão imperativa para o desenvolvimento econômico, segurança e conforto das famílias. É o que está em jogo.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.