Gaúchos sofrem com apagão após privatização de companhia de energia

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), está sendo responsabilizado pelo apagão que atinge cerca de 100 mil pessoas há dez dias. O tucano privatizou a companhia estatal de energia.

Em 31 de março do ano passado, Leite bateu o martelo da privatização da Companhia Estadual Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-D) na bolsa de valores de São Paulo – a B3 -, novo fetiche de governadores da cepa neoliberal.

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A empresa de energia gaúcha foi vendida por apenas R$ 100 mil com a promessa de novos investimentos, que não foram cumpridos pela compradora.

A CEEE foi comprada pela Equatorial, que não está dando conta do recado [do fornecimento de energia] mesmo cobrando as tarifas normalmente, bem como os reajustes abusivos autorizados pelo governo federal.

No fim de fevereiro último, a explosão de uma subestação de energia, causada por um raio em Viamão, deixou milhares de residências sem o insumo.

Eduardo Leite fatiou a privatização da CEEE nos seguintes termos: G [geração], D [distribuição] e T [transmissão].

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O ex-ministro e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), criticou a privatização tucana no estado:

– Privatização selvagem para iludir que a dívida foi solucionada, como na época Brito-Malan, só gera desrespeito ao contribuinte e tarifas mais altas para lucros dos novos donos do pedaço – escreveu no Twitter.

Tarso ainda lamentou a participação da velha mídia corporativa nesses processos de venda do patrimônio público.

O jornal Zero Hora classificou o apagão como uma mera falta de luz.

– Editor independente e verdadeiramente liberal-democrático faria outra manchete – disse o petista.

O que acontece hoje no Rio Grande, com certeza, pode ser reproduzido em todo o Brasil com a privatização do setor energético.

Muito provavelmente, os gaúchos terão de encampar a CEEE para assegurar conforto, segurança e negócios no estado.