Apoio ou manobra política? Ratinho Junior anuncia vice para Prefeitura de Curitiba em entrevista polêmica à rádio Banda B

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), na manhã desta terça-feira (4/4), concedeu uma polêmica entrevista à rádio Banda B, na qual declarou seu apoio ao atual vice-prefeito e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel (PSD), como candidato à Prefeitura de Curitiba em 2024. Embora o governador tenha afirmado que essa é uma decisão pessoal de Pimentel, a declaração levantou suspeitas de que Ratinho esteja buscando fortalecer a posição do vice-prefeito para uma possível candidatura ao Palácio Iguaçu – sede do governo estadual.

O fato é que, desde que Pimentel assumiu a secretaria de Estado das Cidades em janeiro, sua posição de destaque na política paranaense tem sido cada vez mais evidente. O vice fica menos na capital desde que ocupou o cargo. A declaração de Ratinho Junior, portanto, pode ser vista como uma tentativa de consolidar a posição do vice-prefeito, não apenas como possível candidato à Prefeitura de Curitiba, mas como potencial sucessor do atual governador.

No entanto, o apoio de Ratinho Junior a Pimentel também pode ser lido como uma forma de enfraquecer outros possíveis candidatos à Prefeitura da capital paranaense, principalmente aqueles que não contam com o apoio do governador. Isso pode ser especialmente prejudicial para aqueles que, como Pimentel, são filiados ao PSD, partido do governador, e legendas aliadas que têm potencial de lançar candidaturas, a exemplo do União Brasil e Podemos.

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Além disso, a declaração de Ratinho Junior pode ser vista como uma forma de consolidar o poder do PSD no estado, o que pode ser preocupante para aqueles que defendem uma maior diversidade de partidos, ideias na política paranaense, e alternância no poder.

A bombordo dessa “embarcação” forma-se uma “Coalizão” oposicionista – ao atual prefeito Rafael Greca (PSD) e ao governador – com ao menos nove partidos, que estão na base de sustentação do presidente Lula no Congresso Nacional. O que une essas legendas são a reprovação à aliança Ratinho-Greca e o apoio ao governo antibolsonarista de Reconstrução do Brasil.

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Portanto, a declaração de Ratinho Junior à rádio Banda B pode ser interpretada de diversas maneiras, mas é inegável que ela reflete as tensões e alianças políticas que marcam a política paranaense. Cabe agora aos eleitores de Curitiba e do Paraná avaliarem se o apoio do governador a Pimentel é uma indicação de que a cidade e o estado estarão em boas mãos, ou se é apenas mais uma manobra política em busca da perpetuação no poder – uma sabotagem à saudável e necessária ideia de alternância.

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