André Lara Resende denuncia ditadura da opinião única sobre economia na velha mídia: ligações promíscuas com os bancos

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A promiscuidade entre os jornalões e as emissoras de TV da velha mídia corporativa com o mercado financeiro é um problema que vem sendo apontado por diversos especialistas há anos, inclusive por este Blog do Esmael. Essa relação perigosa compromete a independência editorial desses veículos de comunicação, que muitas vezes se veem obrigados a proteger os interesses dos seus donos, que têm ligações com o setor financeiro.

A recente denúncia do economista André Lara Resende em entrevista à repórter Miriam Leitão é reveladora. Segundo ele, a grande mídia está completamente dominada por uma visão de mundo que é a mesma dos economistas do mercado financeiro. O que isso significa na prática? Que as informações divulgadas por esses veículos de comunicação muitas vezes são enviesadas em favor dos interesses desse setor.

Não é à toa que, como aponta Lara Resende, os economistas que trabalham no mercado financeiro são os que mais aparecem na grande mídia. Eles falam consigo mesmos, numa espécie de bolha que reforça as suas convicções e interesses. Enquanto isso, outras vozes importantes são deixadas de lado, como as de economistas que defendem políticas públicas mais efetivas para combater a desigualdade social e econômica. Trata-se da ditadura da opinião única, denuncia o economista.

Essa situação é extremamente preocupante, especialmente num momento em que o Brasil vive uma crise econômica e política sem precedentes agravada pela agenda neoliberal. A mídia tem um papel fundamental na formação da opinião pública e na construção de um debate democrático saudável. Mas quando ela se submete aos interesses do mercado financeiro, ela deixa de cumprir esse papel e se torna um instrumento de desinformação e manipulação por meio das diabólicas fake news.

É hora de o governo Luiz Inácio Lula da Silva regular a mídia, impedindo que os jornalões e as emissoras de TV tenham propriedade cruzada com o mercado financeiro. Somente isso garantiria a independência editorial desses veículos de comunicação e asseguraria que todas as vozes fossem ouvidas. Só assim poderíamos construir um debate econômico e político que refletisse as diversas visões e interesses da sociedade brasileira de maneira plural e suprapartidária.

Economia

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