A Folha mente sobre a Itaipu Binacional, enquanto Ratinho Junior sabota municípios do Paraná – dizem petistas

Grupo Folha, que controla o jornal, possui a carteira “PagBank Energia” indicando interesse cruzado

A Folha, dublê de banco e jornal, lançou mentiras cabeludas esta semana sobre a política social da Itaipu Binacional, devido aos seus investimentos nos 399 municípios do Paraná e em 35 do Mato Grosso do Sul.

Segundo o jornalão paulistano, a usina de energia está alocando a soma substancial de R$ 1 bilhão (equivalente a US$ 193,9 milhões) para 434 municípios do Paraná e do Mato Grosso do Sul com o intuito de beneficiar áreas próximas a bacias hidrográficas.

Em uma entrevista concedida ao Blog do Esmael, o diretor-presidente da Itaipu Binacional, Enio Verri, afirmou que está estritamente alinhado com as diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que instou a implementação de suas propostas relacionadas aos municípios, à agricultura familiar e à Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana).

Verri desafiou aqueles que se opõem às políticas do presidente Lula, sugerindo que eles concorram nas eleições de 2026 e vençam através do voto democrático.

Além disso, o diretor-presidente da Itaipu não economizou críticas à velha mídia corporativa, que, segundo ele, em uma citação ao blog Gazeta do Povo, parte do grupo RPC/Globo, parece travar uma batalha ideológica em relação ao programa “Itaipu Mais que Energia” visando beneficiar a extrema direita.

Economia

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Lula na retomada da Unila, em Foz. Foto: Ricardo Stuckert.
Lula na retomada da Unila, em Foz. Foto: Ricardo Stuckert.

Ato contínuo, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) pediu que o Ministério Publico Federal investigue o possível uso político da usina hidrelétrica de Itaipu pelo PT.

Nesse contexto de disputas políticas e ideológicas, é crucial ressaltar a declaração do deputado Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, que enxerga a mão do Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, por trás dos ataques aos programas de Lula na Itaipu.

O deputado estadual Arilson Chiorato utilizou sua plataforma no Twitter para fazer uma ponderação relevante sobre esse debate.

O parlamentar recordou que antes da atual administração assumir a Itaipu, figuras como o governador Ratinho Junior (PSD) e sua base de apoio costumavam defender que os recursos da Itaipu deveriam ser direcionados ao Paraná.

No entanto, prosseguiu Chiorato, agora que a Folha critica os investimentos em todos os 399 municípios, Ratinho Junior permanece em silêncio – ao cobrar a solidariedade do mandatário estadual.

O dirigente petista paranaense questiona se o governador está comprometido com os municípios apenas retoricamente, na propaganda política, ou somente quando lhe convém.

Arilson Chiorato ainda estranha essa oposição de Ratinho Junior em relação aos municípios paranaenses, que segundo o deputado do PT, perderão R$ 6 bilhões somente no ano que vem, no entanto, ao logo de seis anos, a renúncia fiscal para megaempresários saltará de R$ 10 bilhões para R$ 21 bilhões.

“Renúncia fiscal não é ruim, desde que atenda os municípios e não os amiguinhos”, criticou o dirigente petista, ao sugerindo que o governador sabata os interesses paranaense ‘não fazendo‘ e ‘não deixando que a Itaipu faça‘ pelos municípios.

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Deputado Arilson Chiorato vê sabotagem do governador contra municípios do Paraná.
Deputado Arilson Chiorato vê sabotagem do governador contra municípios do Paraná.

Para a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, a Itaipu Binacional mostra responsabilidade social e ambiental ao contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do Paraguai.

No entanto, o Grupo Folha distorceu a realidade para alegar que o governo federal estava instrumentalizando a Itaipu em favor do PT, quando, na verdade, o programa “Itaipu Mais que Energia” tem um caráter plural e suprapartidário.

O Grupo Folha demonstrou mais uma vez falta de responsabilidade jornalística em sua reportagem divulgada na quinta-feira (21/9), anotou o site DCM.

A Folha, além de ser um jornal, é um banco, o PagBank – sempre observou este Blog do Esmael.

A manchete e o título enganosos escolhidos para o texto – “Itaipu usa R$ 1 bi da conta de luz para fazer política para o PT” – não podem ser justificados como mera incompetência, levando a questionamentos sobre se há motivações ideológicas por trás dessa abordagem jornalística.

Para contextualizar, em 11 de agosto do ano passado, o governo federal lançou o programa “Itaipu Mais Energia.”

Com esse programa, a empresa estatal Itaipu Binacional passou a integrar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado na mesma data.

Desde então, a empresa contribui com os investimentos de R$ 104,2 bilhões previstos para o PAC no estado do Paraná, como parte de um plano de R$ 1,7 trilhão em investimentos em todo o país nos próximos quatro anos.

Essa decisão governamental se alinha com a visão de crescimento sustentável, tanto social quanto ambiental, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca para o Brasil.

O programa “Itaipu Mais que Energia” prevê a alocação de R$ 931,5 milhões para projetos nos municípios paranaenses, englobando os eixos de Manejo de Água e Solo, Saneamento Ambiental, Energia Renovável e Obras Sociais, Comunitárias e de Infraestrutura.

A deputada Gleisi Hoffmann esclarece a motivação por trás da decisão do governo de incluir a empresa binacional em seu programa de aceleração do crescimento.

Ela ressalta que o governo federal optou por estender as ações da Itaipu a todo o estado, transformando sua missão de simples geração de energia em uma busca por energia de qualidade aliada à responsabilidade social e ambiental, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do Paraguai, além de garantir a segurança hídrica.

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Gleisi Hoffmann explica que atuação da Itaipu Binacional está alinhada ao PAC.
Gleisi Hoffmann explica que atuação da Itaipu Binacional está alinhada ao PAC.

É fundamental entender que o investimento bilionário da Itaipu em projetos de interesse público tornou-se possível após o governo Lula eliminar a dívida acumulada durante a construção da usina.

Essa dívida, que remontava ao período em que as obras foram iniciadas em 1975 e concluídas em 1982, pesava mensalmente nos cofres da estatal.

Agora, o excedente de recursos é direcionado para projetos de interesse social.

É notável que a AMP (Associação dos Municípios do Paraná) celebrou essa decisão, apesar da maioria dos prefeitos no estado serem opositores ferrenhos do PT, eleitos por partidos com uma agenda de menor intervenção estatal na economia.

Eles reconheceram que esses recursos beneficiarão suas administrações, desde que apresentem projetos alinhados com os eixos do PAC.

Esses projetos não apenas contribuirão para o desenvolvimento local, mas também se tornarão parte das estratégias eleitorais dos prefeitos nas próximas eleições.

Por outro lado, a Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), composta por grandes empresas privadas como Ambev, Braskem, Bayer, Gerdau e Cargill, não viu com bons olhos a decisão do governo de utilizar os recursos excedentes para financiar projetos de interesse público.

A Abrace buscava a desoneração das tarifas pagas por suas empresas associadas, em vez de direcionar recursos para obras públicas.

Isso reflete a diferença entre empresas estatais e privadas, com a primeira podendo direcionar parte de seus lucros para políticas públicas.

Na quinta-feira (21/9), o Grupo Folha, apesar de não ser membro da Abrace, compartilhou uma visão liberal semelhante à da entidade e optou por abordar extensivamente o programa “Itaipu Mais Energia” em uma reportagem amplamente divulgada em seus veículos.

Vale a pena ler os três primeiros parágrafos dessa reportagem:

A ampliação da área de influência da hidrelétrica de Itaipu no lado brasileiro causou desconforto no setor de energia.

A região apta a receber projetos socioambientais e de infraestrutura expandiu de 55 para 434 municípios, elevando os gastos para quase R$ 1 bilhão (US$ 193,9 milhões).

Especialistas questionam o uso político e geopolítico de Itaipu com recursos da conta de luz.

A expansão da área e o orçamento substancial sustentam a criação do programa “Itaipu Mais que Energia,” que beneficiará todos os 399 municípios do Paraná e outros 35 do Mato Grosso do Sul.

Desde o início, torna-se evidente (e isso fica ainda mais claro ao longo da reportagem) que o Grupo Folha não aprovou a alocação de recursos da estatal para obras de interesse público.

Pode-se discordar da orientação editorial e ideológica do grupo de comunicação, mas não se pode acusar as jornalistas que assinam o artigo, Alexa Salomão e Catia Seabra, de agirem antieticamente ou de distorcerem deliberadamente os fatos em seu texto – ressaltou o Diário do Centro do Mundo.

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Ponte da Integração Brasil-Paraguai, segunda ponte construída com recursos de Itaipu Binacional.
Ponte da Integração Brasil-Paraguai, segunda ponte construída com recursos de Itaipu Binacional.

No entanto, o mesmo não pode ser dito em relação ao título escolhido pelos editores para a reportagem, que foi publicado na capa da Folha e do portal UOL: “Itaipu usa R$ 1 bi da conta de luz para fazer política para o PT.”

Este título é questionável, pois sugere que financiar obras do PAC equivale a fazer política para o PT.

Essa afirmação não se sustenta sob escrutínio lógico.

Além disso, a reportagem destaca que “especialistas questionam o uso político e geopolítico de Itaipu com o dinheiro da conta de luz.”

No entanto, é relevante notar que os “especialistas” citados na reportagem têm uma inclinação pró-mercado livre de energia, o que levanta dúvidas sobre a imparcialidade da fonte.

Seria mais apropriado que o jornal consultasse fontes com diversas perspectivas, em vez de focar apenas em fontes alinhadas com sua própria orientação editorial.

É inegável que, na era atual, muitas pessoas consomem apenas manchetes e títulos de reportagens.

Portanto, é importante considerar o impacto das manchetes e dos títulos na percepção pública.

Nos exemplos mencionados, as manchetes e os títulos utilizados pelo Grupo Folha podem induzir a interpretações mentirosas e tendenciosas dos fatos.

Em resumo, essa análise destaca a complexidade das questões envolvendo os investimentos da Itaipu Binacional e a importância de uma abordagem jornalística equilibrada e imparcial ao relatar esses acontecimentos.

É crucial que os meios de comunicação desempenhem um papel responsável na formação da opinião pública, evitando sensacionalismo e distorções que possam prejudicar a compreensão precisa dos eventos.

Além disso, seria honesto intelectualmente, que a Folha destacasse que o grupo ao qual pertence atua no mercado especulativo, inclusive no de energia, por meio de seu banco, o PagBank, que controla parte do mercado de pagamentos online, a exemplo da maquinha Moderdinha, e possui a carteira “PagBank Energia”.

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Os interesses cruzados do Grupo Folha, que tenta equilibrar jornalismo com especulação.
Os interesses cruzados do Grupo Folha, que tenta equilibrar jornalismo com especulação.

Moral da história: a Folha, ao escrever sobre a Itaipu Binacional, além do viés ideológico, também ressaltou seu interesse cruzado pelo mercado de energia; ou seja, nada acontece por acaso no âmbito do neoliberalismo econômico e do jornalismo do banco PagBank.

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