O presidente Jair Bolsonaro vai discursar nesta terça-feira (22) na abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas). É uma tradição no organismo, desde Osvaldo Aranha, chanceler da era Vargas, que o Chefe de Estado brasileiro inicie os trabalhos multilaterais.
Há um ânimo de que Bolsonaro irá rebater acusações de ecocídio, acerca dos desmatamentos e queimadas, e genocídio, a respeito das 137 mil mortes durante a pandemia de covid-19.
A ONU realizará a sessão virtual de amanhã em virtude da pandemia. Será a segunda vez que o presidente brasileiro falará na Assembleia-Geral da organização.
Bolsonaro tem se posicionado de forma negacionista tanto em relação à covid-19 e à mudança climática, porém, segundo assessores, o presidente vai suavizar o discurso na ONU e dizer que se esforçou para salvar vidas sem ignorar os custos sociais e econômico.
No roteiro do discurso, um Bolsonaro “mais humano” vai expressar condolências às famílias afetadas pela doença e agradeça esforços dos profissionais de saúde.
Além disso, Bolsonaro relatará a participação do Brasil na comitiva de socorro ao Líbano, mês passado, após a explosão no porto em Beirute. Na época, o ex-presidente Michel Temer (MDB) foi quem liderou a vistoria no local.
Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro fez raras menções às vítimas do coronavírus. O tema, por exemplo, foi ignorado em seu pronunciamento de 7 de Setembro.
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Senado convoca Ernesto Araújo para esclarecimentos sobre a visita de Mike Pompeo
O Senado aprovou a convocação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para prestar esclarecimentos na próxima quinta-feira (24), às 10 horas, sobre a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, na fronteira com a Venezuela, que aconteceu na última sexta-feira (18).
Pompeo, em solo brasileiro, atacou o governo da Venezuela e fez uma série de provocações ao país vizinho, com a participação do ministro Ernesto Araújo. Um ataque aos princípios de autodeterminação e soberania da diplomacia brasileira.
O requerimento de convite, apresentado pelo senador Telmário Mota (PROS-RR), foi aprovado pelos senadores nesta segunda-feira (21), durante sessão semipresencial da Comissão e Relações Exteriores.
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, destaca que ainda é preciso explicações por parte do ministro.“O Ernesto Araújo precisa explicar a presença do secretário de estado americano Mike Pompeo em Roraima. Em nosso ponto de vista, foi um tapa na cara da soberania nacional. Porque vimos que a intenção desta visita é inviabilizar as eleições nos países vizinhos, que possuem conflitos ideológicos com os EUA e investir no conflito regional. E qualquer discussão nesta direção, coloca o Brasil em risco. Expõe os brasileiros a mais prejuízos. E queremos explicações”, afirma o senador.
Segundo o senador Marcos do Val (Podemos/ES), vice presidente da Comissão de Relações Exteriores, está confirmada a presença do Ministro Ernesto Araujo na Comissão de Relações Exteriores. O senador ainda destacou que um convite também foi feito ao ministro Paulo Guedes e até o momento não teve resposta, “me sinto, como senador da República, constrangido por essa falta de atenção ao Senado Federal”, disse.
*Com informações da CNN-Brasil
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.