General Heleno nega queimadas e destruição da Amazônia na véspera de discurso de Bolsonaro na ONU

Na véspera do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, o ministro General Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), afirmou nesta segunda-feira (21) que as críticas de “nações estrangeiras” sobre Amazônia visam “prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro”. Heleno não citou nenhum país especificamente.

Bolsonaro irá falar na ONU, nesta terça-feira (22), sob fortes críticas por ecocídio e genocídio, ou seja, o presidente brasileiro é acusado nas organismos internacionais de cometer crimes contra o meio ambiente, nos casos de desmatamento e de queimadas, e contra a humanidade, no caso das mais de 137 mil mortes durante a pandemia de covid-19.

Na semana passada, 8 países da Europa disseram em carta que o desmatamento dificulta comércio com Brasil. Embaixadores da Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica enviaram o documento ao vice-presidente general Hamilton Mourão.

O ministro General Heleno deu a declaração durante uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa ação de quatro partidos (Rede, PSol, PSB e PT) sobre atraso do governo para aplicar recursos do Fundo do Clima. Essas agremiações ingressaram com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) na corte.

“Não podemos admitir e incentivar que nações, entidades e personalidades estrangeiras, sem passado que lhes dê autoridade moral para nos criticar, tenham sucesso no seu objetivo principal, obviamente oculto, mas evidente para os não inocentes, que é prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro”, declarou o ministro do GSI.

Segundo Heleno, brasileiros se aliam a estrangeiros, que “jamais pisaram na Amazônia e conhecem a floresta por fotos”, para apresentarem ao mundo o Brasil como “vilão” do desmatamento e do aquecimento do planeta.

Economia

“Pior. Usam argumentos falsos, números fabricados e manipulados, e acusações infundadas para prejudicar o Brasil. É preciso deixar claro que a Amazônia brasileira nos pertence. E nos foi legada grandiosa e cobiçada graças ao heroísmo e obstinação de nossos antepassados”, afirmou Heleno.

De acordo com o ministro, esses atores externos aliados a brasileiros alardeiam publicamente que nada é feito pelo governo federal para combater os crimes ambientais.

“Esse é um dos pontos focais desse problema”, declarou o ministro logo depois de enumerar ações do governo federal no combate às queimadas e desmatamento.

Augusto Heleno diz que esses “alguns poucos brasileiros”, sem citar nomes, se aliam às propostas de deslustrar o Brasil porque até hoje não admitiram uma alternância de poder.

“Se sentem cada vez mais distantes da possibilidade de voltar ao comando do país e retornar à catastrófica obra que conduziram por três décadas, não conseguem omitir seus pensamentos obtusos”, disse o ministro.

Com informações do G1.

Senado convoca Ernesto Araújo para esclarecimentos sobre a visita de Mike Pompeo

O Senado aprovou a convocação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para prestar esclarecimentos na próxima quinta-feira (24), às 10 horas, sobre a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, na fronteira com a Venezuela, que aconteceu na última sexta-feira (18).

Pompeo, em solo brasileiro, atacou o governo da Venezuela e fez uma série de provocações ao país vizinho, com a participação do ministro Ernesto Araújo. Um ataque aos princípios de autodeterminação e soberania da diplomacia brasileira.

O requerimento de convite, apresentado pelo senador Telmário Mota (PROS/RR), foi aprovado pelos senadores nesta segunda-feira (21), durante sessão semipresencial da Comissão e Relações Exteriores.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, destaca que ainda é preciso explicações por parte do ministro.“O Ernesto Araújo precisa explicar a presença do secretário de estado americano Mike Pompeo em Roraima. Em nosso ponto de vista, foi um tapa na cara da soberania nacional. Porque vimos que a intenção desta visita é inviabilizar as eleições nos países vizinhos, que possuem conflitos ideológicos com os EUA e investir no conflito regional. E qualquer discussão nesta direção, coloca o Brasil em risco. Expõe os brasileiros a mais prejuízos. E queremos explicações”, afirma o senador.

Segundo o senador Marcos do Val (Podemos/ES), vice presidente da Comissão de Relações Exteriores, está confirmada a presença do Ministro Ernesto Araujo na Comissão de Relações Exteriores. O senador ainda destacou que um convite também foi feito ao ministro Paulo Guedes e até o momento não teve resposta, “me sinto, como senador da República, constrangido por essa falta de atenção ao Senado Federal”, disse.

*Com informações da CNN-Brasil