Coluna do André Vargas: “Só falta Richa atirar bombas e soltar cavalos em cima dos professores”

André Vargas, em sua coluna desta semana, aborda o tema da Educação no Paraná; ele acusa Richa e seu vice, Flávio Arns, secretário da Educação, de desprezar os professores: "Os tucanos dão as costas à  educação, só falta atirar bombas e agredir os professores com a cavalaria, como fez Alvaro Dias no fatídico dia 30 de agosto de 1988", critica o vice-presidente da Câmara; colunista lamenta ainda que Richa tenha quebrado o estado, envergonhando o Paraná, e por isso não consegue nem cumprir a Lei do Piso que prevê 33% da hora-atividade; Vargas, especialista em socialismo, tem uma explicação para o fato de o governador dar de ombros para a educação pública: "[com certeza] a escola que [ele] defende seja unicamente a escola da burguesia que estaria só a serviço da burguesia"; calcado em pesquisas, deputado-colunista afirma: "a educação no Brasil está melhorando, mas ainda de forma lenta e a raiz para os principais problemas do ensino público está em professores desmotivados e mal pagos"; leia o texto.
André Vargas, em sua coluna desta semana, aborda o tema da Educação no Paraná; ele acusa Richa e seu vice, Flávio Arns, secretário da Educação, de desprezar os professores: “Os tucanos dão as costas à  educação, só falta atirar bombas e agredir os professores com a cavalaria, como fez Alvaro Dias no fatídico dia 30 de agosto de 1988”, critica o vice-presidente da Câmara; colunista lamenta ainda que Richa tenha quebrado o estado, envergonhando o Paraná, e por isso não consegue nem cumprir a Lei do Piso que prevê 33% da hora-atividade; Vargas, especialista em socialismo, tem uma explicação para o fato de o governador dar de ombros para a educação pública: “[com certeza] a escola que [ele] defende seja unicamente a escola da burguesia que estaria só a serviço da burguesia”; calcado em pesquisas, deputado-colunista afirma: “a educação no Brasil está melhorando, mas ainda de forma lenta e a raiz para os principais problemas do ensino público está em professores desmotivados e mal pagos”; leia o texto.
André Vargas*

Desde o trágico incidente de 1988, quando o então governador e hoje senador, Alvaro Dias (PSDB), mandou a tropa de choque covardemente agredir os professores, em passeata pacífica, por melhores condições para o ensino público, temos a nítida impressão de que a educação no estado virou sinônimo de desprezo por parte dos governantes. Hoje, o chefe do poder executivo, Beto Richa, do mesmo partido, o PSDB, também dá as costas para a educação, motivando atos públicos dos professores e, infelizmente, alunos fora das escolas, sem aulas.

Beto Richa, além de quebrar o estado, onde coloca dúvidas na contabilidade financeira, está crucificando a educação, o que é lamentável para todos nós paranaenses e brasileiros. Enquanto os professores vão à s ruas para reivindicar promessas de campanha não cumpridas, como o reajuste de 33% por hora atividade e o secretário da Educação e vice-governador do estado, também do PSDB, Flávio Arns, vai à s redes de televisão para, levianamente, dizer que tudo está em ordem. Deu no que deu: passou vexame na RPCTV, que mostrou imagens ao contrário do que pregava.

São imagens tristes, com salas de aulas em péssimas condições, professores sem equipamentos para lecionar, alunos sem merenda escolar porque o governo não paga os fornecedores, e pais desestimulados com a educação. Estamos, portanto, diante de um quadro borrado que nos envergonha, como paranaenses e como cidadãos, que imaginamos ser a escola uma instrumento de mudança social útil, principalmente, à s classes marginalizadas da sociedade. Entendo que a escola é o único instrumento de mudança possível, última esperança das classes subalternas.

Lamentavelmente, hoje, no Paraná, além da falta de programas próprios de combate a miséria, o Governo do Estado promove uma educação pública de baixa qualidade e pífia, que alija desse processo expressiva camada da sociedade que tem seus direitos cerceados, principalmente os do conhecimento, o que significa um freio e um retrocesso na habilidade para a vida social.

Quem sabe, o governador Beto Richa dê mesmo de ombros para as camadas empobrecidas da sociedade, porque, a escola que defende seja unicamente a escola da burguesia que estaria só a serviço da burguesia. Só esperamos que Richa não repita o ódio disseminado pelo senador Alvaro Dias e determine que sua tropa de choque dê uma camada de pau nos professores, a exemplo daquele ano, cujas cicatrizes ainda não se curaram.

Economia

Recente pesquisa, realizada pelo Instituto Ibope e Movimento Todos pela Educação, revela que, para a maioria dos brasileiros, a educação no Brasil está melhorando, mas ainda de forma lenta e a raiz para os principais problemas do ensino público está em professores desmotivados e mal pagos. Para perto de 70% dos mais de 2 mil entrevistados, o ensino público no Brasil é bom (34%) ou regular (35%). Outros 13% acham que a educação na rede pública está péssima e 7% a consideram ótima.

O estudo revela ainda que a população atribui grande peso aos professores no processo educacional. Professores desmotivados e mal pagos foram o item mais votado como principal problema da educação no Brasil, apontado por 19% dos entrevistados. Os docentes estão em três das cinco respostas mais citadas como deficiências centrais do ensino. Além de acreditar que os profissionais são mal remunerados, para 12% dos entrevistados faltam professores nas escolas e 11% acreditam que eles são desqualificados.

No Paraná, infelizmente, além de apontar o professor como peça-chave no processo educacional, outro estudo revela que a população está preocupada com a violência nas escolas. A falta de segurança e a presença das drogas no ambiente escolar aparecem como o segundo principal motivo para a má qualidade do ensino, apontado por 17% dos ouvidos na pesquisa.

O que fazer, se o Estado ignora tudo isso?

*André Vargas, deputado federal pelo PT do Paraná, vice-presidente da Câmara, é colunista do Blog do Esmael. Escreve sobre poder e socialismo nas terças-feiras.

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