Ucrânia relata ataque cibernético massivo após Rússia reconhecer independência de regiões separatistas

Moscou negou consistentemente qualquer envolvimento nos incidentes

Sites do governo e bancos na Ucrânia foram atingidos por interrupções como parte de um ataque cibernético relatado contra a infraestrutura digital do país, com autoridades em Kiev dizendo que é uma grande tentativa de hackers de derrubar plataformas online.

Um comunicado divulgado na noite desta quarta-feira (23/02) pelo ministro da Transformação Digital do país, Mikhail Fedorov, disse que “por volta das 16h, outro ataque maciço de ‘negação de serviço’ começou em nosso estado. Existem dados para o efeito de vários bancos e também há problemas de acesso ao site do parlamento nacional, do Gabinete de Ministros e do Ministério dos Negócios Estrangeiros.”

O serviço foi retomado e normalizado em parte, acrescentou, depois que o tráfego foi transferido para outro provedor para evitar que os servidores caíssem. Os Ministérios da Defesa e Assuntos Internos também anunciaram que encontraram problemas técnicos com seus sites no início do dia, além dos serviços de segurança e vários outros ministérios.

O país relatou uma série de ataques cibernéticos que os líderes em Kiev atribuíram à Rússia, em meio a um impasse cada vez mais tenso na fronteira entre as duas ex-repúblicas soviéticas. Moscou negou consistentemente qualquer envolvimento nos incidentes.

O presidente Volodymyr Zelensky assinou um decreto na quarta-feira declarando estado de emergência em todo o país, enquanto líderes ocidentais alertavam que Moscou poderia lançar em breve uma ofensiva contra seu vizinho.

Economia

No início desta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que o país reconheceria formalmente as duas repúblicas separatistas do Donbass, Donetsk e Lugansk, ordenando que as forças armadas de seu país iniciassem “operações de manutenção da paz” na região.

Líderes separatistas e militares de Kiev se acusaram de realizar bombardeios pesados ​​na linha de contato nos últimos dias. Na sexta-feira passada, os líderes rebeldes alegaram ter informações de inteligência sugerindo que a Ucrânia está preparada para ordenar uma ofensiva para recuperar os dois territórios.

Kiev, no entanto, rejeitou as alegações de que planeja retomar a região à força, com o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa do país, Alexey Danilov, alegando que “há uma tentativa de provocar nossas forças” e que as tropas abrir fogo apenas “se houver uma ameaça à vida de nossos membros do serviço”.