Senado dos EUA pode derrubar tarifaço e impor derrota ao bolsonarismo

O tarifaço imposto por Donald Trump contra o Brasil pode ser derrubado no Senado dos Estados Unidos, num revés político direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

A medida atingiria em cheio o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que desde fevereiro atua em Washington para impor sanções contra autoridades e a economia brasileira.

Um grupo de cinco senadores americanos apresentou um projeto de resolução para cancelar as sobretaxas impostas pelo governo Donald Trump.

Hoje, os produtos brasileiros pagam 50% de tarifa extra ao entrar nos EUA: 10% desde abril, somados a mais 40% em julho.

Entre os autores da resolução estão o líder da minoria democrata Chuck Schumer, de Nova York, e o republicano Rand Paul, de Kentucky. Também assinam Jeanne Shaheen (Nova Hampshire), Tim Kaine (Virgínia) e Ron Wyden (Oregon).

Eles contestam o uso da IEEPA, lei de emergência econômica invocada por Trump, e defendem que a política comercial cabe ao Congresso, não à Casa Branca.

Schumer acusou Trump de ter fabricado uma “falsa emergência” para ajudar um aliado político: Jair Bolsonaro.

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Já Rand Paul, embora crítico ao que chama de “perseguição” ao ex-presidente brasileiro, disse estar alarmado com a usurpação de poderes pelo Executivo americano.

Embora a resolução tenha poucas chances de avançar nas duas Casas, o gesto é considerado simbólico.

Se for votada, obrigará republicanos a se posicionarem sobre medidas que afetam diretamente o comércio com o Brasil, que exporta anualmente mais de US$ 40 bilhões para os EUA.

O senador Kaine lembrou que, em julho, reuniu-se com parlamentares brasileiros em Washington para discutir o impacto das tarifas.

Ele já havia conseguido aprovar resolução semelhante contra sobretaxas ao Canadá e México, mas a Câmara dos Representantes,controlada por aliados de Trump, engavetou a medida.

No comunicado, os senadores ressaltaram que o bloqueio às importações brasileiras prejudica não apenas agricultores americanos, mas também fortalece a dependência do Brasil em relação à China.

Se o tarifaço de Trump cair, será não apenas um alívio econômico, mas uma derrota política de peso para o bolsonarismo.

Eduardo Bolsonaro, que trabalhou para vincular a imagem do país a sanções internacionais, pode sair enfraquecido.

A depender da pressão no Senado americano, Trump corre o risco de ver seu gesto pró-Bolsonaro transformado em munição contra ele próprio.

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