Sindicato dos Médicos critica negacionismo de Bolsonaro e cobra medidas duras contra a Covid-19

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) publicou uma nota oficial nesta sexta-feira (26) lamentando o recorde de mortes pela Covid-19, e pedindo medidas enérgicas para conter a pandemia.

A entidade criticou a fala do presidente Bolsonaro (sem partido) questionando a segurança do uso de máscaras de proteção contra o Coronavírus.

Na opinião do Simepar, os gestores públicos de todas as esferas têm a obrigação de dar exemplo, evitando aglomerações e aparições públicas sem máscaras.

Leia a seguir a íntegra da nota do Simepar:

Sindicato dos Médicos lamenta recorde de mortes por Covid-19 e pede medidas enérgicas para conter o avanço da doença

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) lamenta o recorde de 1.582 mortes por Covid-19 no Brasil registrado nesta quinta-feira (25), coincidindo com a passagem de um ano desde que o primeiro caso da doença foi diagnosticado no país.

Economia

O recorde anterior de mortes em 24 horas foi registrado em 29 de julho do ano passado, com 1.554 óbitos. O Paraná está entre os doze estados em que o número de mortes está crescendo e a doença segue avançando. Estamos à beira do colapso no sistema de saúde, com a lotação de leitos de UTI praticamente esgotada. Já há filas de espera por leitos de enfermaria e de UTI em vários hospitais.

Neste cenário, é lamentável que o presidente da República, Jair Bolsonaro, volte a questionar a segurança do uso de máscaras como ferramenta de proteção contra a propagação da Covid-19, como ele fez nesta quinta. Também é lamentável que o presidente volte a criticar o isolamento social em razão da economia.

Na opinião do Simepar, os gestores públicos de todas as esferas têm a obrigação de dar exemplo, evitando aglomerações e aparições públicas sem máscaras.

Nesta quinta, o Brasil chegou a 251.498 mortes por Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. Somente 3% da população recebeu a primeira dose da vacina contra o novo Coronavírus. O ritmo da vacinação segue muito lento. Em cidades como Curitiba, a aplicação do imunizante chegou a ser interrompida por uma semana por falta de vacinas.

Neste momento dramático, em que tantas vidas estão sendo perdidas, é necessário que o Governo Federal abandone o discurso negacionista e que as três esferas de gestão pública invistam em prevenção e conscientização da população.

Atividades que propiciem a transmissão do novo Coronavírus como reuniões públicas, festas, aulas presenciais, ônibus coletivos lotados, e outras devem ser evitadas. Mais do que nunca, o uso correto de máscaras de proteção, a higienização das mãos, e outras medidas de proteção devem ser adotadas por todos.

O retorno do auxílio emergencial para os mais carentes é urgente para que as pessoas possam cumprir o distanciamento social sem passar por necessidades extremas. Mas a volta do auxílio financeiro não pode ser custeada com desvio de verbas da saúde.

O Sistema Único de Saúde vem desempenhando um papel essencial na pandemia. É inconcebível que o governo retire recursos da Saúde Pública em seu momento mais crítico.

Por fim, é fundamental que as pessoas reforcem o isolamento social e evitem locais públicos o máximo possível. Não existe economia sem pessoas. A economia se recupera, as vidas perdidas não.

Segundo o presidente em exercício do Simepar, Dr. Marlus Volney de Morais, para proteger a economia é necessário proteger os trabalhadores que fazem a roda da economia girar. “Nesse momento, proteger os trabalhadores é assegurar com rigor as medidas preventivas e implementar a vacinação em massa a qualquer custo.” Completou.