Revelações do CNJ exibem lado obscuro da Lava Jato em Curitiba

Há três meses, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luis Felipe Salomão, na qualidade de corregedor nacional de Justiça, deu início a uma abrangente investigação na 13ª Vara Federal de Curitiba e no TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre.

Nunca é demais recordar que o pedido para a correição do CNJ partiu do juiz Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba pelo TRF4.

As descobertas da equipe sob sua supervisão expõem um aspecto até então desconhecido, e certamente nada louvável, da operação Lava Jato.

O relatório sigiloso, que em breve será divulgado, lançará luz sobre essa questão.

Salomão parece ter tirado esqueletos do armário da Lava Jato.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou uma minuciosa avaliação das ações dos magistrados envolvidos e da destinação dos vultosos recursos resultantes de multas e acordos com os investigados.

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Além disso, rastreou o paradeiro dos bens apreendidos, que atualmente estão dispersos em museus e depósitos, sem qualquer controle visível.

As irregularidades abrangem não apenas a destinação judicial dos valores e bens confiscados dos investigados, mas também os acordos internacionais firmados no âmbito da Lava Jato.

Aliás, que acordos?

O relatório emitirá uma série de recomendações para lidar com essa problemática.

A investigação abordou, por meio de interrogatórios, pelo menos uma dezena de pessoas, incluindo servidores, magistrados, desembargadores, procuradores do Ministério Público, advogados, representantes da Transparência Internacional, bem como diretores da Petrobras.

As irregularidades relacionadas à Lava Jato ganharam importância nacional a partir de 2019, quando começaram a surgir na imprensa trechos de conversas entre o atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR).

A Vaza Jato decretou o fim da farsa da Lava Jato.

Antes de ingressar no parlamento, Moro desempenhava a função de juiz na primeira instância jurídica da Operação Lava Jato em Curitiba (PR).

De acordo com esses diálogos, Moro interferia na formulação de denúncias, um domínio normalmente reservado aos promotores, para posteriormente decidir se o investigado seria condenado ou absolvido.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a suspeição do ex-juiz nos processos envolvendo o Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em 2022, Moro sofreu uma derrota no Tribunal Regional Eleitoral do estado de São Paulo (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral, levando-o a tomar a decisão de concorrer no Paraná.

Em junho deste ano (2023), o empresário Tony Garcia denunciou algumas irregularidades envolvendo Moro.

Durante uma entrevista concedida ao site Brasil 247, o informante afirmou ter recebido instruções na Lava Jato para conceder uma entrevista à revista Veja, na qual forneceria informações capazes de prejudicar a carreira do ex-ministro José Dirceu (PT).

Garcia revelou que, a pedido de Sergio Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em 2018.

Garcia descreveu Moro como alguém que transformou “Curitiba na Guantánamo brasileira.”

“Os desmandos que vivenciei por anos a fio praticados por essa gente, denunciei publicamente, visto tratar-se de crimes de lesa-pátria e tortura”, disse o empresário curitibano.

O ministro do STF, Dias Toffoli, está investigando as denúncias feitas pelo empresário acerca do parlamentar, que outrora exercia a função de juiz na Operação Lava Jato.

Ou seja, a bronca tem pontencial de até arrepiar os cabelos do ministro Alexandre de Moraes.

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Uma resposta para “Revelações do CNJ exibem lado obscuro da Lava Jato em Curitiba”

  1. Tem que ser investigado e os culpados tem que ser punidos os valores devolvido aos cofres públicos.
    O que a lava jato fez com os empresários prendendo estes senhores para que fizessem falsas delações para incriminar o presidente Lula e desqualificar o PT, foi simplesmente prática de tortura psicológica.

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