Bancada bolsonarista estuda apoiar a cassação do governador por improbidade administrativa, após ouvir o ex-presidente Bolsonaro
O deputado estadual Requião Filho (PT), líder da oposição, surpreendeu a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) ao fazer denúncias contundentes seguidas de um pedido de impeachment do atual governador, Ratinho Júnior, do Partido Social Democrático (PSD). As revelações levantam questões sérias sobre a gestão e a transparência do governo estadual.
Requião Filho expôs uma série de fatos que colocam em dúvida a eficácia do tão propagado “compliance” do governo. Ao trazer à tona o passado do diretor-presidente da Paraná Investe, José Eduardo Bekin, o deputado revelou uma falha alarmante nos mecanismos de transparência e conformidade do governo estadual.
Em dezembro de 2002, a Tribuna do Paraná noticiou a condenação de Bekin por práticas fraudulentas, incluindo formação de quadrilha, sonegação fiscal e falsidade ideológica. Surpreendentemente, Bekin, hoje diretor-presidente da Paraná Investe, não apenas não cumpriu sua pena de 8 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado, mas também acumula uma dívida superior a 5 milhões de reais em tributos, sendo mais de 4 milhões destinados ao estado do Paraná – denunciou o líder oposicionista.
A ironia atinge seu ápice ao constatarmos que Bekin, acusado de crimes de sonegação fiscal, é responsável pelas isenções fiscais concedidas pela Paraná Investe. O diretor-presidente não apenas não pagou pelos crimes cometidos, como também possui dívidas expressivas com o próprio governo.
Além das revelações sobre Bekin, Requião Filho destacou a conivência do governo com atos questionáveis. Aumentos salariais retroativos, especialmente para figuras próximas ao governador Ratinho Júnior levantam suspeitas sobre a probidade pública e o descumprimento das leis de compliance.
O deputado encerrou seu discurso protocolando um pedido de impeachment do governador Ratinho Júnior por improbidade. As acusações de desvio de dinheiro, descumprimento da lei do compliance e da probidade pública ecoam na ALEP, levando o caso à Deliberação para decisão.
A bancada bolsonarista na ALEP estuda apoiar o pedido de afastamento do governador por improbidade administrativa, após ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Líder do governo fica ensandecido com pedido de impeachment
O deputado Hussein Bakri, líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), expressou sua indignação diante do pedido de impeachment do governador Ratinho Junior, feito pelo deputado Requião Filho. O discurso do líder governista foi marcado por críticas intensas e até mesmo tom agressivo.
Bakri inicia seu pronunciamento rotulando o pedido de impeachment como “ridículo” e atacando o deputado Requião Filho, chamando seu pronunciamento de “ridículo” e fazendo comentários sobre sua vestimenta. O líder do governo questiona a aspiração de Requião Filho em se tornar governador, sugerindo que ele precisa melhorar significativamente para alcançar tal posição.
A resposta de Bakri inclui ironias sobre o modelo de governo proposto pela oposição, referindo-se a “TV laranja” e questionando a eficácia do modelo apresentado. Ele destaca a alta aprovação do governador Ratinho Junior e critica a oposição por não ter obtido sucesso nas eleições anteriores.
Ao longo do discurso, Bakri enfatiza a necessidade de respeito nas discussões políticas e responde às denúncias, prometendo análises detalhadas sobre o governo Ratinho Junior. Ele também menciona a contribuição da bancada do PSD em auxiliar o governo federal, comparando a situação a um possível pedido de impeachment do presidente Lula.
Em sua conclusão, o líder do governo pede respeito e considera o pedido de impeachment como um “grande exagero”, destacando que a resposta adequada será dada às acusações.
Assista aqui o momento do bate-boca entre Requião Filho e Hussein Bakri:
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.