A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) tornou-se palco de intensas disputas políticas recentemente, com a votação decisiva contra o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) proposto pelo governo Ratinho Junior (PSD).
Ratinho Junior esperava um processo legislativo tranquilo para a aprovação do aumento do ICMS, porém, encontrou uma resistência inesperada.
Parlamentares da direita e centro-direita, normalmente alinhados ao governo, surpreenderam ao votar contra a proposta fiscalista.
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Pelo menos 15 deputados contrários ao governador na ALEP, incluindo a ex-secretária de Saúde de Curitiba, deputada Márcia Huçulak (PSD), que rompeu com a base governista nessa votação estratégicfa para o Palácio Iguaçu.
Márcia Huçulak, ao votar contra o aumento do ICMS, revelou-se alinhada à chamada “cepa lulista” dentro do PSD, partido liderado por Gilberto Kassab.
Surpreendentemente, Kassab anunciou esta semana apoio à reeleição do presidente Lula em 2026.
Diante disso, o Palácio Iguaçu tomou medidas drásticas, vetando a deputada Huçulak como possível vice na chapa do candidato governista, Eduardo Pimentel (PSD), para a Prefeitura de Curitiba nas eleições municipais de 2024.
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A bancada de Oposição na ALEP, composta por parlamentares do PT, PDT e outros partidos, apresentou uma emenda buscando excluir do projeto de lei o aumento do ICMS.
Contudo, essa tentativa foi frustrada pelo governo Ratinho, que conseguiu aprovar a proposta em todas as etapas legislativas.
O aumento afeta a alíquota modal do ICMS para 19,5%, além de elevar as taxas sobre energia elétrica, serviços de comunicação, água mineral e bebidas alcoólicas.
Para o líder da Oposição, deputado Requião Filho (PT), o aumento do ICMS terá repercussões significativas na economia paranaense.
Ele destaca que, enquanto o governo eleva impostos, concede generosos benefícios fiscais às grandes empresas, totalizando cerca de R$ 20 bilhões em isenções.
Questiona-se a lógica de aumentar a carga tributária em meio a uma renúncia fiscal substancial.
O presidente do PT Paraná, deputado Arilson Chiorato, argumenta veementemente contra o aumento do ICMS, enfatizando que isso resultará em aumento do custo de vida para a população e impactos negativos no setor produtivo.
Ele critica a abusividade do projeto, especialmente considerando a renúncia fiscal projetada em R$ 21 bilhões no próximo ano.
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A pergunta é feita de maneira direta: há alternativas mais sensatas para equilibrar as finanças estaduais?
A lista dos deputados que votaram contra o aumento do ICMS no projeto de lei 1023/2023 revela uma aliança inusitada de partidos.
Entre eles estão Ana Julia, Arilson Chiorato, Goura, e outros que, ao lado da deputada Márcia Huçulak, formam uma frente de resistência ao governo Ratinho.
Esse movimento político desafia as expectativas e sugere uma reconfiguração no cenário político paranaense a partir de fevereiro do ano aque vem.
Esses deputados votaram contra o aumento do ICMS:
- Ana Júlia (PT)
- Arilson Chiorato (PT)
- Delegado Tito Barrichello (União)
- Doutor Antenor (PT)
- Goura (PDT)
- Fábio Oliveira (Podemos)
- Luciana Rafagnin (PT)
- Luiz Fernando Guerra (União)
- Mabel Canto (PSDB)
- Márcia Huçulak (PSD)
- Márcio Pacheco (REP)
- Professor Lemos (PT)
- Renato Freitas (PT)
- Requião Filho (PT)
- Ricardo Arruda (PL)
Kassab tirou o “queijo” de Ratinho no começo desta semana
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tirou o “queijo” do governador Ratinho Junior ao declarar à imprensa esta semana que o partido apoiará a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026.
A decisão de Kassab é um duro golpe nas pretensões de Ratinho Junior, que vinha se preparando para disputar a Presidência desde o início de seu segundo mandato.
Na prática, o presidente nacional do PSD tirou a legenda do governador do Paraná e o deixou em uma situação dramática.
Além disso, Kassab ajustou o PSD na base de sustentação de Lula, indicando que a legenda se transformará um apêndice do lulismo e do petismo nos estados e municípios durante as eleições de 2024 e 2026.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
É como disseram este dias, Ratinho Jr, não quer ser Presidente do Brasil, e sim Governador de Santa Catarina. Esta proposta foi um tiro no pé. E vai ter muito empresários dizendo para o Ratinho Jr, ADIÓS COMPADRE.