Ratinho Junior reaprende a falar ‘companheiro’, mas mantém polêmicas decisões políticas: privatização da Copel e pedágio mais caro do mundo

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que durante algum tempo apoiou o bolsonarismo e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), parece estar se reaproximando do Partido dos Trabalhadores (PT) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Através do deputado federal Zeca Dirceu (PT), líder do governo na Câmara Federal, o mandatário paranaense tem buscado diálogo e cooperação com a antiga sigla que já foi sua aliada e desafeta.

Ratinho Junior, que no passado foi próximo dos petistas até 2012, se afastou devido a divergências surgidas durante a disputa pela Prefeitura de Curitiba, quando os companheiros decidiram apoiar Gustavo Fruet (PDT), que posteriormente se afastou do partido porque preferiu o fetiche da Operação Lava Jato na capital paranaense. No entanto, após uma década da cisão política, Ratinho Junior parece estar retomando o diálogo com os petistas.

Um exemplo recente dessa aproximação foi registrado em uma foto publicada no perfil do Instagram de Zeca Dirceu, líder de Lula na Câmara. Na legenda, Dirceu menciona um encontro com Ratinho Junior e Marcos Paim, superintendente dos Correios do Paraná, no qual apresentou o comprometimento do governo de Lula em fortalecer a empresa pública e destacou a importância dos Correios no atendimento à população paranaense e brasileira. Além disso, foi discutido um plano para ampliar o serviço de entrega de remédios em todo o estado.

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Um momento simbólico desse possível realinhamento político ocorreu quando Ratinho Junior ofereceu um bolo para Zeca Dirceu, que assoprou 45 velinhas de seu aniversário no Palácio Iguaçu. O deputado federal também teve um jantar com apoiadores em um clube de Curitiba.

Apesar dessa reaproximação entre Ratinho Junior e Zeca Dirceu, é importante ressaltar que as recentes mudanças de discurso do governador não parecem indicar uma mudança de postura em relação a algumas de suas polêmicas decisões políticas. A privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia) e a implantação de um pedágio considerado o mais caro do mundo nas rodovias paranaenses ainda estão nos planos do governador.

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Outro ponto de preocupação é a situação dos servidores públicos do estado. Mesmo com a reaproximação de Ratinho Junior do PT e de Lula, os servidores continuam sem a reposição de 42% nos salários, sofrendo perdas há sete anos. Essa situação tem gerado insatisfação entre os funcionários públicos e levantado questionamentos sobre as prioridades do governo estadual. Os professores das instituições de ensino superior, por exemplo, suspenderam o movimento paredista de um mês; no entanto, eles continuam em estado de greve, uma vez que suas reivindicações ainda não foram atendidas.

Enquanto Ratinho Junior busca um realinhamento político com o PT e Lula, a manutenção de suas controversas decisões políticas e a falta de atenção às demandas dos servidores públicos podem gerar um contexto de tensionamento político no Paraná. Resta acompanhar como essa reaproximação com os petistas e as consequências de suas ações políticas serão refletidas no cenário estadual nos próximos meses, bem como nas eleições pela Prefeitura de Curitiba no ano que vem.

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