Na política do estado do Paraná, uma série de acontecimentos lamentáveis têm marcado o cenário político recentemente. Um desses eventos foi o incidente em que o prefeito de Faxinal, Gallo, se envolveu em uma agressão ao presidente da APP-Sindicato no município, professor Arildo Ferreira de Castro. Esse incidente peculiar chamou a atenção, principalmente quando se considera a relação política entre Gallo e o governador Ratinho Jr., ambos são do PSD, que torceram até debaixo d’água pela vitória do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL).
O incidente entre Gallo e o presidente da APP-Sindicato recebeu ampla cobertura da imprensa, inclusive deste Blog do Esmael. Um vídeo que se tornou viral nas redes sociais mostrava o prefeito empunhando uma cinta e ameaçando usar contra o sindicalista. Essa atitude absurda exemplifica a falta de diálogo e respeito que tem caracterizado a relação entre os governantes e os servidores públicos.
De maneira irônica, perguntamos se o governador Ratinho Jr., que é correligionário de Gallo, também irá receber com cinta os servidores que estão reivindicando reajuste salarial. Eles prometem manifestações entre esta segunda-feira (3/7) e terça-feira (4/7), em frente o Palácio Iguaçu, durante votação de mensagem governamental pela Assembleial Legislativa do Paraná (ALEP).
O inquilino do Palácio Iguaçu pode até não empunhar uma cinta, a exemplo do bolsonarista Gallo, prefeito de Faxinal, no entanto, o desprezo pelos servidores também se configura em uma agressão tão quão violenta, desrespeitosa, diante dos profissionais que dedicam suas vidas ao serviço público.
No estado do Paraná, os professores e outras categorias de servidores públicos têm enfrentado dificuldades e reivindicado melhores condições de trabalho e salários mais justos. Além disso, a situação dos policiais civis também merece destaque. A mobilização desses profissionais reflete o crescente descontentamento com as políticas implementadas pelo governo, especialmente no que se refere à segurança pública.
Note, caro leitor, o governo do Paraná deve cerca de 42% de reposições não concedidas – fruto de descumprimento de data-bases, denunciam os sindicatos representativas de todos os servidores. Essa prática de desrespeito se estende desde 2016, quando o atual governador já era um dos principais secretários do antigo governo.
Em meio a essa agitação, a paralisação dos policiais civis acentua o desgaste da imagem de Ratinho Jr. e evidencia as deficiências na gestão da segurança pública no estado. Enquanto os índices de criminalidade aumentam, ataque à escola chama a atenção do Brasil e do mundo, os profissionais responsáveis por garantir a ordem e a segurança da população lutam por salários dignos e condições de trabalho adequadas.
Os desafios enfrentados por Ratinho Jr. são imensos. A pressão dos servidores públicos, juntamente com o desgaste de sua imagem, coloca em dúvida sua capacidade de lidar com as demandas essenciais da população. A situação política no estado exige uma postura firme e responsável, que leve em consideração as necessidades dos servidores e a busca por soluções que promovam melhorias. E é sobre isso que estamos falando.
Diante dos desafios atuais, é fundamental que Ratinho Jr. adote uma postura mais dialogante e sensível às demandas dos servidores públicos. A busca por soluções justas e equilibradas para reajustes salariais, condições de trabalho adequadas e valorização profissional deve ser uma prioridade. Além disso, é importante que o governador promova um ambiente de diálogo e negociação, visando estabelecer uma relação de respeito e confiança com os servidores. Portanto, menos cinta, mais reajustes!
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.