Em vídeo, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, jurou que o senador Sergio Moro será candidato ao governo do Paraná; de outro lado, também em vídeos, o deputado federal Ricardo Barros e o senador Ciro Nogueira, próceres do Progressistas, garantem que a pré-candidatura não será homologada pela federação no estado.
A contradição pública escancara o racha no União Progressista e paralisa qualquer avanço na formação de chapa majoritária no Paraná para as eleições de 2026. Enquanto Rueda aposta no discurso de viabilidade política, o Progressistas afirma que a decisão estadual é definitiva e já foi tomada por unanimidade.
O Progressistas do Paraná decidiu não homologar o nome de Moro após sete meses de negociações sem consenso com o União Brasil. A deliberação ocorreu em Curitiba, com participação da direção nacional, e reafirmou que o comando do processo eleitoral no estado cabe exclusivamente ao diretório estadual.
Ricardo Barros, deputado federal e líder do Progressistas, conduziu a reunião e sustenta que não houve adesão interna capaz de sustentar uma candidatura majoritária competitiva. A avaliação é pragmática. Forçar a candidatura de Moro colocaria em risco a montagem das chapas proporcionais e a preservação da bancada do partido na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, reforçou a mesma linha em declarações públicas. Segundo ele, sem consenso na federação, não há como avançar no registro da candidatura. Formalmente, o registro de uma chapa majoritária exige as assinaturas conjuntas de Nogueira e de Rueda, o que, na prática, hoje não existe.
O impasse transforma o Paraná em um caso-limite dentro da federação. É o único grande estado em que o União Progressista não consegue alinhar discurso nacional e decisão estadual, gerando ruído político e insegurança jurídica para aliados e pré-candidatos.
Sergio Moro mantém o tom de confiança e repete que está preparado para a disputa, mas o isolamento cresce. Sem o aval do Progressistas paranaense, sua pré-candidatura perde sustentação interna e passa a depender de uma reversão que, até aqui, foi descartada pelos dirigentes do partido.
O curto-circuito entre Rueda, Barros e Ciro Nogueira revela os limites do arranjo federativo quando interesses regionais colidem com a narrativa nacional. Em política, contradições públicas tendem a cobrar preço alto, sobretudo quando o calendário eleitoral aperta.
O racha no União Progressista não é retórico nem passageiro. Ele está documentado em vídeos, atas e decisões formais. Se a federação não alinhar discurso e comando, a candidatura de Sergio Moro tende a murchar antes mesmo de ser oficialmente apresentada.
Ademais, esse conflito tem potencial para implodir a federação antes mesmo de sua consolidação ou empurrá-la para uma posição de independência na eleição presidencial de 2026.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.




