Quando é contra Lula, Estadão esquece do “garantismo” nos editoriais

O Estadão dedicou alguns editoriais, nos últimos dias, para denunciar a face obscura das delações e da lava jato. Entretanto, após o golpe contra Lula, no STF, que retirou de pauta o julgamento de seu pedido de liberdade, o jornalão paulistano se calou.

O “garantismo” do Estadão só vale quando a força-tarefa funga os cangotes de Michel Temer e de políticos tucanos. Aos olhos do veículo, dane-se o PT e Lula.

É o tal garantismo de ocasião, de classe, que só pode ter efeito benéfico para a burguesia. Para os demais, os horrores da masmorra de Curitiba.

Neste sábado (23), por exemplo, o Estadão preferiu no editorial elogiar a manutenção da taxa de juros pelo Banco Central — ainda uma das mais altas do mundo — a discutir a liberdade de Lula. Ou seja, primeiro o “mercado”, depois, se for o caso, a democracia.