O PT do Paraná decidiu incluir a reestatização da Copel no programa de governo para 2026. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da sigla, André Vargas, ex-deputado federal, em sua primeira reunião à frente da executiva estadual.
Privatizada em 2023 pelo governador Ratinho Júnior (PSD), a companhia de energia elétrica virou alvo de críticas em meio aos sucessivos apagões no estado.
Vargas, que pretende voltar à Câmara dos Deputados no próximo ano, afirmou que o partido lançará uma campanha de coleta de assinaturas e até uma lei de iniciativa popular para recuperar a empresa.
“Depois que foi privatizada pelo Ratinho, a Copel cobra e corta energia dos mais pobres, manda para cartório quem atrasa dois meses. Nós precisamos voltar com a Copel pública para melhorar a vida do povo do Paraná”, disse em vídeo.
A promessa de reestatização ganha força em meio ao maior apagão desde a privatização, que durou dias em diversas regiões.
Como mostrou o Blog do Esmael, famílias nas periferias de Curitiba e produtores do Oeste e Sudoeste acumulam prejuízos, enquanto bairros ricos foram atendidos primeiro.
A crítica central é que a Copel privada prioriza dividendos e acionistas em detrimento do serviço público.
A operação de venda, em agosto de 2023, arrecadou R$ 4,53 bilhões, mas reduziu a participação do Estado de 31% para 15%, com manutenção apenas de uma “golden share”.
O governo prometeu eficiência e modernização, mas dados da ANEEL mostraram aumento no tempo médio de atendimento e nas interrupções do fornecimento.
O movimento petista sinaliza que a reestatização da Copel será uma bandeira política em 2026, com impacto direto no debate sobre serviços essenciais e o papel do Estado no Paraná.
Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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