Vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, disse que a ex-presidenta não tem relevância eleitoral na política do País
A Secretaria Nacional de Mulheres do PT, em nota oficial, reforçou o papel e a relevância da presidenta Dilma Rousseff dentro e fora do partido.
Segundo o documento, o PT o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras se orgulha de ter eleito a primeira presidenta na história do país que foi vítima de um golpe misógino, machista e antidemocrático. Assim como tantas mulheres na história do PT, figura pública ou não, diz o texto, Dilma cumpriu uma tarefa árdua na defesa dos direitos da classe trabalhadora, na denúncia da ascensão do fascismo, em uma conjuntura de duros ataques contra a sua honra, a sua pessoa e ao próprio partido. Dilma foi brutalmente atacada em todas as esferas, pública e privada, como nenhum outro homem público do cenário político brasileiro, em qualquer espectro ideológico.
A nota afirma que cabe também fazer um debate sobre a régua em que se mede a relevância de um quadro político, que não é apenas o resultado eleitoral. Se assim o fosse, argumenta, a “irrelevância eleitoral” de Dilma, que foi eleita duas vezes presidenta, obteve 15% dos votos ao senado em Minas Gerais, seria a mesma que outros quadros petistas homens, historicamente importantes, que obtiveram a mesma faixa de votação que ela, ou até menos, no mesmo ano, em seus respectivos estados – e sobre cujas cabeças não pesou o fardo de ‘irrelevantes’.
Os movimentos de mulheres petistas destacam ainda que a trajetória da presidenta Dilma é uma referência histórica para as mulheres progressistas em todo país, portanto possui, além de muito valor eleitoral e quantitativo, um valor intangível. “Quantas mulheres, inspiradas pela força de Dilma em seguir na luta por democracia, mesmo diante da ascensão da direita e sob tantos ataques, decidiram e optaram por sair candidatas? Qual o papel, no fato dela ter sido primeira mulher presidenta e vítima dos ataques misóginos e machistas da extrema direita, escancarando o caráter do golpe, na mobilização de milhões de mulheres nos protestos do EleNão?”, questionam.
Outro aspecto a se considerar é que “relevância eleitoral” também é um artifício comumente utilizado para obstaculizar a participação de mulheres na política – um espaço ainda masculino, branco e cisheteronormativo. “Por isso, nós, mulheres do PT, batalhamos diuturnamente contra a violência política de gênero para garantir que elas ocupem espaços de poder – dentro e fora do partido. Perpetuar os ataques que Dilma sofre desde 2015 na sociedade e trazer para dentro do partido não contribui com a luta das mulheres.”
O manifesto, as lideranças que o subscrevem apontam a importância de os debates sobre viabilidade eleitoral serem feitos coletivamente, nos espaços democráticos garantidos pelo estatuto, e não de forma arbitrária, silenciando e invisibilizando a trajetória de nenhuma mulher, tampouco da envergadura de Dilma, para justificar se ela foi ou não foi para um evento. “Relevância eleitoral não é um dom, um presente ou apenas ponto na pesquisa, ela é fruto de luta, trabalho, trajetória, organização partidária e social. Não se pode dizer que a presidenta Dilma não possui nenhum desses atributos”
“Por fim, a Secretaria Nacional de Mulheres do PT e as secretarias estaduais do PT em todo país entendem que todas as mulheres dispostas a enfrentar o governo Bolsonaro e lutar por justiça social possuem relevância eleitoral e, por meio do projeto Elas Por Elas, trabalharemos arduamente por mais mulheres na política com Lula presidente em 2022.”
Leia a íntegra da nota das mulheres do PT:
- Secretaria Nacional de Mulheres do PT
- Secretaria Estadual de Mulheres do Acre AC
- Secretaria Estadual de Mulheres do Alagoas AL
- Secretaria Estadual de Mulheres do Amapá AP
- Secretaria Estadual de Mulheres do Amazonas AM
- Secretaria Estadual de Mulheres da Bahia BA
- Secretaria Estadual de Mulheres do Ceará CE
- Secretaria Estadual de Mulheres do Distrito Federal DF
- Secretaria Estadual de Mulheres do Espírito Santo ES
- Secretaria Estadual de Mulheres de Goiás GO
- Secretaria Estadual de Mulheres do Maranhão MA
- Secretaria Estadual de Mulheres do Mato Grosso MT
- Secretaria Estadual de Mulheres do Mato Grosso do Sul MS
- Secretaria Estadual de Mulheres de Minas Gerais MG
- Secretaria Estadual de Mulheres do Pará PA
- Secretaria Estadual de Mulheres da Paraíba PB
- Secretaria Estadual de Mulheres do Paraná PR
- Secretaria Estadual de Mulheres de Pernambuco PE
- Secretaria Estadual de Mulheres do Piauí PI
- Secretaria Estadual de Mulheres do Rio de Janeiro RJ
- Secretaria Estadual de Mulheres do Rio Grande do Norte RN
- Secretaria Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul RS
- Secretaria Estadual de Mulheres de Rondônia RO
- Secretaria Estadual de Mulheres de Roraima RR
- Secretaria Estadual de Mulheres de Santa Catarina SC
- Secretaria Estadual de Mulheres de São Paulo SP
- Secretaria Estadual de Mulheres de Sergipe SE
- Secretaria Estadual de Mulheres de Tocantins TO
Quaquá e o ‘cancelamento’ da ex-presidenta Dilma Rousseff
Respeitem Dilma Rousseff
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.