PL, partido de Bolsonaro e Valdemar, repudia desfile da Vai-Vai e solicita medidas contra o Carnaval

Deputados do PL se manifestam contra enredo da Vai-Vai e pedem sanções imediatas

Deputados federais e estaduais do Partido Liberal (PL) enviaram ofícios ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), repudiando o desfile da escola de samba Vai-Vai no Carnaval deste ano.

Documentos assinados pelo deputado federal Capitão Augusto, vice-presidente do PL, e pela deputada estadual Dani Alonso (PL-SP) pede medidas contra a escola de samba Vai-Vai no Carnaval de São Paulo.

Os parlamentares solicitam “medidas imediatas e efetivas” em resposta ao que consideram uma representação negativa dos agentes de segurança pública.

O motivo do repúdio é a alegoria que, segundo eles, retrata os policiais como figuras demoníacas.

Além disso, pedem que a Vai-Vai não receba recursos públicos em 2025 como consequência desse desfile.

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A interpretação dada à figura dos policiais compromete, segundo os deputados, a imagem dos profissionais perante o público.

“Tal atitude não somente desrespeita a honra e a dignidade dos profissionais que dedicam suas vidas à proteção da sociedade, mas também contribui para a propagação de uma imagem negativa das forças de segurança”, afirmam os documentos.

Partido Liberal, que tem fetiche por polícia, ataca o Carnaval da Vai-Vai. Foto: Reprodução/RSS
Partido Liberal, que tem fetiche por polícia, ataca o Carnaval da Vai-Vai. Foto: Reprodução/RSS

Os documentos também revelam preocupações em relação a uma possível ligação da escola de samba Vai-Vai com facções criminosas, citando um possível elo com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os deputados consideram essas associações preocupantes, sugerindo uma tentativa de minar a confiança pública nas instituições responsáveis pela segurança e ordem pública.

“Estas associações são extremamente preocupantes, pois sugerem uma tentativa de minar a confiança pública nas instituições responsáveis pela segurança e ordem pública, além de possivelmente ameaçar a integridade do carnaval como espaço de expressão cultural livre de influências nefastas”, afirmam os deputados.

O desfile da Vai-Vai, que homenageou a história do hip hop no Brasil, gerou manifestações contrárias por parte de policiais e entidades ligadas à segurança pública.

O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) divulgou uma nota de repúdio à alegoria da Vai-Vai, acusando a escola de samba de tratar com escárnio a figura de agentes da lei.

A presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, destacou que as alegorias utilizadas na ala “Sobrevivendo no Inferno” demonizaram a Polícia, causando extrema indignação.

“O Carnaval não deve ser utilizado para veicular mensagens que denigram a imagem dos profissionais da segurança pública”, afirmou a presidente.

O sindicato pede retratação pública da Vai-Vai, destacando que o Carnaval não deve ser utilizado para veicular mensagens que denigram a imagem dos profissionais da segurança pública.

O governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes, bem como com a escola de samba Vai-Vai, não se manifestaram sobre o repúdio do PL, que recentemente teve seu presidente nacional, Valdemar Costa Neto, preso pela operação Tempus Veritatis da Polícia Federal.

A escola de samba Vai-Vai desfilou no Carnaval de São Paulo com um enredo em homenagem à história do hip hop no Brasil.

Um dos tópicos explorados foi a marginalização dos artistas durante a construção do gênero musical no país.

Entretanto, as manifestações de policiais da Rota com alusões a demônios levaram ao repúdio dos agentes de segurança pública e dos parlamentares do PL.

Vai-Vai mexeu com os instintos mais primitivos do PL ao levar o tema do hip hop ao Carnaval. Foto: Reprodução RSS

Por meio das redes sociais, a Vai-Vai agradeceu aos presentes e ao público pelo desfile. “Foi um acontecimento. Obrigado, hip hop! Obrigado, comunidade!”

A polêmica em torno do desfile da Vai-Vai revela divergências entre setores da sociedade, evidenciando a sensibilidade de abordagens que tangenciam temas como segurança pública. Por um lado, o PL, partido político, tentando censurar o Carnaval. Do outro, a Vai-Vai destacando a liberdade de expressão artística.

Mas a pergunta que não quer calar é: conseguirá o PL barrar o execelente Carnaval da Vai-Vai?

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