Os juros altos estão aumentando a inadimplência e quebrando as empresas no Brasil

Na semana em que uma pesquisa Datafolha apontou que 80% dos brasileiros apoiam a cruzada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra os juros altos no país, os maiores do planeta, também veio à tona que as companhias empresarias estão quebrando porque não conseguem pagar pelo custo astronômico do dinheiro. Ou seja, em decorrência da taxa de juros de 13,75%, a inadimplência bateu no céu e empreendimentos estão fechando as portas e desempregando em proporções alarmantes.

A inadimplência das empresas no Brasil tem alcançado níveis preocupantes, sendo que em fevereiro deste ano, 6,5 milhões de negócios entraram na lista de negativação, segundo dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Esse número representa o maior valor da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2016, e as dívidas totalizaram o valor de R$ 112,9 bilhões. Esse cenário tem sido causado em grande parte pela ganância dos bancos e especuladores do mercado financeiro em associação com conglomerados da velha mídia corporativa – pode-se afirmar com segurança plena.

O setor de Serviços é o mais afetado, representando 53,8% das empresas na lista de inadimplência, seguido pelo setor de Comércio, com 37,3%. Os empreendimentos dos segmentos de Indústria, Primário e Outros (que contempla a área financeira e de terceiro setor) representam a menor parte dos negócios inadimplentes.

A inadimplência dos consumidores acaba impactando as empresas, e enquanto essa tendência não diminuir, as empresas seguirão encontrando desafios para manter um quadro de melhora significativo. É importante destacar que os setores de “Bancos e Cartões” e “Serviços” concentram a maioria dos débitos a serem ressarcidos, além de uma maior concentração de empresas negativadas em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

É verdade que a inadimplência das empresas é uma questão complexa, no entanto, pode-se atribuir com segurança a culpa dessa quebradeira à ganância dos bancos e especuladores do mercado financeiro em associação com conglomerados da velha mídia corporativa. Portanto, é inegável que esses fatores têm contribuído para agravar a situação, tornando ainda mais difícil para as empresas lidarem com suas dívidas e se recuperarem economicamente. É necessário um esforço conjunto de diferentes atores da sociedade civil e do poder público, incluindo o Congresso Nacional, para enfrentar essa tese neoliberal de Banco Central independente [só se for independente do país!] e retomar a economia e o desenvolvimento plenos.

Mas, afinal, por que os veículos de comunicação da velha mídia apoiam os juros escorchantes com tanto afinco? Ora, porque essas corporações midiáticas são ‘propriedade cruzada’ de banqueiros e especuladores no mercado financeiro.

Economia

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