O dia que a TV Globo sucumbiu à China, segundo os bolsonaristas

A tradicional Sessão da Tarde, da TV Globo, vai protagonizar um momento histórico nesta segunda-feira, 4 de março, ao sucumbir à indústria cinematográfica chinesa com a exibição do filme Mulan. Essa decisão marca uma mudança significativa na programação da emissora, que há décadas vinha priorizando filmes de Hollywood e contribuindo para uma espécie de ditadura cultural americana no Brasil, segundo os bolsonaristas.

No entanto, a ficha técnica da película aponta que se trata de um filme americano de animação de 1998 da Walt Disney Feature Animation, baseado na lenda chinesa de Hua Mulan.

Desde sua estreia em 4 de março de 1974, com o clássico “Oito e Meio” (1963) de Federico Fellini, a Sessão da Tarde tornou-se uma tradição na grade de programação da TV Globo. No entanto, a partir dos anos 80, a emissora carioca direcionou sua atenção principalmente para produções de Hollywood, consolidando uma presença marcante da cultura americana no país.

A escolha de exibir Mulan representa uma quebra de paradigma para a TV Globo, pois o filme com a história chinesa, com sua narrativa envolvente, promete conquistar o público brasileiro. Contando a história de Mulan, que decide assumir o lugar de seu pai doente no exército chinês, a produção proporciona uma visão única sobre coragem e superação.

Contudo, a decisão da Globo de exibir um filme chinês [com produção americana] não passou despercebida por correligionários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmam que a emissora é “comunista”. As redes sociais foram tomadas por seguidores do ex-mandatário pedindo um boicote à Sessão da Tarde.

A inclusão de produções cinematográficas de diferentes origens na programação da TV Globo é um passo importante para a diversidade cultural na televisão brasileira. Mulan, sendo um filme americano, porém com história da China, oferece aos telespectadores uma oportunidade de explorar outras narrativas e culturas.

Economia

Entretanto, as críticas políticas não tardaram a surgir, evidenciando a polarização na sociedade brasileira. Enquanto alguns aplaudem a iniciativa da Globo em romper com a hegemonia cultural americana, outros, alinhados ao discurso de Bolsonaro, veem a decisão como um sinal de “comunismo”.

Ironicamente às preocupações bolsonaristas, a Globo afirma que a exibição do filme chinês “às crianças” ocorrerá em comemoração aos 50 anos da Sessão da Tarde.

[Atualizado às 16h27, de 04/03/2024]

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