No Japão, Lula tem agenda agitada neste domingo (21/5) durante a reunião do G7

O Blog do Esmael faz um resumo neste domingo (21/5) sobre o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes de diferentes países durante a cúpula estendida do G7 em Hiroshima, Japão. Abaixo, você também lê a íntegra do discurso de Lula durante encontro em que esteve o presidene da Ucrânia, Vladimir Zelensky.

No primeiro encontro, Lula se reuniu com o presidente de Comores, onde anunciou o apoio do Brasil à entrada da União Africana no G20. Durante a reunião, o presidente brasileiro destacou os laços históricos entre o Brasil e o continente africano, reforçando a importância de uma maior representação africana nas discussões globais.

Além disso, Lula teve um encontro com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, onde ambos expressaram o desejo de ampliar o comércio entre os países. Essa iniciativa reflete o interesse mútuo em fortalecer os laços econômicos e comerciais entre o Brasil e o Vietnã, visando benefícios para ambas as nações.

Outro tema discutido durante a cúpula foi a busca por soluções pacíficas para conflitos internacionais. Lula teve a oportunidade de se reunir com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e abordou possíveis saídas para a paz, incluindo a questão da guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente brasileiro destacou a importância de discutir esse assunto no Conselho de Segurança da ONU, ressaltando a necessidade de uma abordagem diplomática e multilateral.

Durante uma reunião bilateral no Japão, Lula também se encontrou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e discutiu sobre a paz. Essa troca de ideias entre os líderes brasileiro e indiano demonstra o compromisso mútuo em promover a estabilidade global e buscar soluções pacíficas para questões internacionais.

Por fim, o discurso do presidente Lula na Sessão 8 do G7 e países convidados, intitulado “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”. O presidente brasileiro reafirmou seu compromisso com a construção de um mundo mais pacífico e estável, enfatizando a importância da cooperação internacional e da busca por soluções conjuntas para desafios globais.

Economia

Em síntese, os encontros de Luiz Inácio Lula da Silva com líderes de Comores, Vietnã e Índia durante a cúpula estendida do G7 proporcionaram discussões significativas sobre a entrada da União Africana no G20, ampliação do comércio, soluções pacíficas para conflitos internacionais e a busca por um mundo mais estável. Esses diálogos demonstram o comprometimento do Brasil em desempenhar um papel ativo na política internacional e promover a cooperação global.

Lula condena violação da integridade territorial da Ucrânia em encontro com Zelensky no G7

No âmbito da cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um encontro histórico com o presidente ucraniano Vladimir Zelensky neste domingo (21/5), no Japão. Durante a sessão de trabalho que abordava a busca pela paz, Lula aproveitou a oportunidade para condenar veementemente a violação da integridade territorial da Ucrânia e repudiar o uso da força como forma de solucionar disputas. O momento marcante foi alvo de grande expectativa, uma vez que Zelensky havia solicitado uma reunião bilateral com Lula, porém, devido a “incompatibilidade de agendas”, o encontro não pôde ser realizado.

Em um posicionamento firme alinhado à Carta das Nações Unidas, Lula reforçou o compromisso do Brasil com a paz e afirmou que nenhuma solução duradoura pode ser alcançada sem diálogo. Ele ressaltou a importância de criar um ambiente propício para negociações, evidenciando que o país repudia o uso da força como meio de resolver conflitos. O discurso de Lula durante a sessão, intitulada “Rumo a um Mundo Pacífico, Estável e Próspero”, estabeleceu conexões emocionais com o público ao destacar a necessidade de trabalhar em prol da paz.

A tentativa de uma reunião bilateral entre Lula e Zelensky despertou grande interesse, porém, o encontro não foi viabilizado devido a questões de agenda e também à postura de neutralidade adotada pelo Brasil em relação à invasão russa na Ucrânia. Embora tenha sido negociada a possibilidade do encontro, o mesmo não constava na agenda oficial. Diante da pergunta sobre sua possível decepção com a situação, Zelensky ironicamente afirmou que acredita que tenha sido Lula quem ficou desapontado.

Além de abordar as relações bilaterais, Lula aproveitou a ocasião para defender uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, encontra-se mais paralisado do que nunca. O presidente ressaltou a necessidade de membros permanentes cessarem as guerras não autorizadas pelo órgão, buscando expansões territoriais ou mudanças de regime. Ele também fez menção aos conflitos em várias partes do mundo, como o confronto entre israelenses e palestinos, armênios e azéris, kosovares e sérvios, reforçando a importância de uma mobilização internacional em tais situações.

Lula ainda alertou sobre o perigo de uma guerra nuclear enquanto houver armas nucleares em existência. Nesse sentido, ele destacou o engajamento do Brasil nas negociações do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares, buscando sua ratificação em breve. Com uma postura enfática em relação à paz e à justiça internacional, o presidente brasileiro deixou sua marca no encontro do G7, reforçando a importância do diálogo e da busca por soluções pacíficas para os conflitos globais.

Leia a íntegra do discurso de Lula:

Hiroshima é o cenário propício para uma reflexão sobre as catastróficas consequências de todos os tipos de conflito. Essa reflexão é urgente e necessária. Hoje, o risco de uma guerra nuclear está no nível mais alto desde o auge da Guerra Fria.

Em 1945, a ONU foi fundada para evitar uma nova Guerra Mundial. Mas os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos já não funcionam.

O mundo já não é o mesmo. Guerras nos moldes tradicionais continuam eclodindo, e vemos retrocessos preocupantes no regime de não-proliferação nuclear, que necessariamente terá que incluir a dimensão do desarmamento.

As armas nucleares não são fonte de segurança, mas instrumento de extermínio em massa que nega nossa humanidade e ameaça a continuidade da vida na Terra.

Enquanto existirem armas nucleares, sempre haverá a possibilidade de seu uso.

Foi por essa razão que o Brasil se engajou ativamente nas negociações do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares, que esperamos poder ratificar em breve.

Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia.

Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares.

Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz. Nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Precisamos trabalhar para criar o espaço para negociações.

Também não podemos perder de vista que os desafios à paz e à segurança que atualmente afligem o mundo vão muito além da Europa.

Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Yemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz. Esses conflitos deveriam receber o mesmo grau de mobilização internacional.

No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia. O flagelo a que está submetido o povo haitiano é consequência de décadas de indiferença quanto às reais necessidades do país. Há anos o Brasil vem dizendo que o problema do Haiti não é só de segurança, mas, sobretudo, de desenvolvimento.

O hiato entre esses desafios e a governança global que temos continua crescendo. A falta de reforma do Conselho de Segurança é o componente incontornável do problema.

O Conselho encontra-se mais paralisado do que nunca. Membros permanentes continuam a longa tradição de travar guerras não autorizadas pelo órgão, seja em busca de expansão territorial, seja em busca de mudança de regime.

Mesmo sem conseguir prevenir ou resolver conflitos através do órgão, alguns países insistem em ampliar a agenda do Conselho cada vez mais, trazendo novos temas que deveriam ser tratados em outros espaços do sistema ONU.

O resultado é que hoje temos um Conselho que não dá conta nem dos problemas antigos, nem dos atuais, muito menos dos futuros.

O Brasil vive em paz com seus vizinhos há mais de 150 anos. Fizemos da América Latina uma região sem armas nucleares. Também nos orgulhamos de ter construído, junto com vizinhos africanos, uma zona de paz e não proliferação nuclear no Atlântico Sul.

Testemunhamos a emergência de uma ordem multipolar que, se for bem recebida e cultivada, pode beneficiar a todos.

A multipolaridade que o Brasil almeja é baseada na primazia do direito internacional e na promoção do multilateralismo.

Reeditar a Guerra Fria seria uma insensatez.

Dividir o mundo entre Leste e Oeste ou Norte e Sul seria tão anacrônico quanto inócuo.

É preciso romper com a lógica de alianças excludentes e de falsos conflitos entre civilizações.

É inadiável reforçar a ideia de que a cooperação, que respeite as diferenças, é o caminho correto a seguir.

Muito obrigado.”

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Uma resposta para “No Japão, Lula tem agenda agitada neste domingo (21/5) durante a reunião do G7”

  1. Parabéns ao bolg, por nós trazer informações importantes como a viagem do nosso presidente Lula ao Japão, e muito mais por nós mostrar o discurso do presidente na íntegra, e assim acreditamos cada vez mais que nosso presidente tem está no caminho certo, o caminho da paz no mundo!

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