Maduro concede salvo-conduto para opositores deixarem a Venezuela

A velha mídia brasileira e argentina tentou transformar uma saída negociada em uma fuga cinematográfica, digna de Hollywood. Mas a verdade é que o presidente Nicolás Maduro concedeu salvo-conduto para opositores de extrema direita deixarem a Venezuela rumo aos Estados Unidos, após negociações diretas entre Caracas e Washington.

O grupo, que estava abrigado na Embaixada Argentina em Caracas, foi autorizado a partir após receber o salvo-conduto do governo venezuelano. Entre os beneficiados estão Magalli Meda, Claudia Macero, Pedro Urruchurtu, Humberto Villalobos e Omar González. Todos são colaboradores da líder opositora María Corina Machado, acusados pelo Ministério Público venezuelano de traição à pátria e conspiração.

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Globo e jornais argentinos narram um ‘resgate’ que nunca ocorreu

A narrativa propagada por veículos como a Globo e jornais argentinos sugere um ‘resgate cinematográfico’, semelhante ao filme “O Resgate do Soldado Ryan. No entanto, não houve invasão ou operação militar. Simplesmente, houve um acordo entre o governo venezuelano e autoridades americanas para garantir a saída segura dos opositores.

O jornalista venezuelano Vladimir Villegas confirmou, em sua conta na rede social X, que “sem dúvida houve negociação”. Para ele, “negociar não é trair”, uma afirmação que desmonta a tese de uma ‘fuga heroica’.

Maduro em Moscou: reforço das relações com Putin

Enquanto os opositores deixavam Caracas, Nicolás Maduro já estava em Moscou, onde participou da celebração do 80º aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o nazismo. O presidente venezuelano e seu homólogo russo, Vladimir Putin, reforçaram a aliança estratégica entre Venezuela e Rússia, que já soma mais de 350 acordos bilaterais desde 2019.

O encontro entre Maduro e Putin destacou temas como cooperação militar, energética, tecnológica e a criação de uma infraestrutura financeira independente, desafiando o controle do sistema ocidental. Maduro também celebrou a vitória histórica da União Soviética sobre o nazismo, reforçando a narrativa anti-imperialista de seu governo.

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A verdade por trás do ‘salvo-conduto’ venezuelano

Diferente da bravata da velha mídia, a saída dos opositores da Embaixada Argentina foi fruto de negociações diretas. A embaixada do Brasil em Caracas, embora mencionada em especulações, não teve envolvimento direto na operação, segundo fontes locais.

Por conta das rusgas entre Maduro e o presidente argentino Javier Milei, a Embaixada da Argentina estava sendo custodiada pela Embaixada Brasileira desde agosto do ano passado.

Os opositores que deixaram a Venezuela são apontados como colaboradores de María Corina Machado, uma das principais vozes da extrema direita venezuelana. O Ministério Público os acusa de traição à pátria e conspiração, mas a saída negociada lhes garantiu uma rota segura.

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O que realmente aconteceu na Venezuela

Longe de ser um ‘resgate épico’, o episódio expõe a capacidade de negociação do governo Maduro, que soube transformar uma crise em uma demonstração de controle diplomático. Os EUA, por sua vez, preferiram uma saída negociada a um confronto direto.

Resumo da ópera: Maduro garantiu uma saída segura para seus opositores, enquanto reforça sua aliança estratégica com Putin em Moscou. Nova crise contornada, novas alianças reforçadas.

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