Lula pode rever Banco Central independente, após sinalizar com anulação de privatizações

Os sanguessugas entraram polvorosa com a possibilidade de o ex-presidente Lula (PT) reverter a criminosa norma que criou o Banco Central independente. A proposta foi aprovada no passado de afogadilho, sem muita discussão, em plena pandemia, e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A sinalização de petista ocorre após ele dar sinais de que também irá anular as privatizações e revogar as reformas trabalhista e previdenciária.

Lula ainda está em disputa nesse tema, mas a revogação da autonomia do BC é considerada uma questão central para dirigentes do PT identificados como ala ideológica da agremiação.

A Reuters traz informação hoje sobre a discussão no PT, por meio da Fundação Perseu Abramo e de conselheiros do ex-presidente, mas, ressalta, Lula não vê o tema BC independente como prioridade na campanha.

Lula despista dizendo que as pessoas colocam obstáculos no Banco Central independente. No entanto, ressalta o ex-presidente, esse Banco Central tem que ter compromisso com o Brasil, não com ele.

O Banco Central é ferramenta importante para a política de emprego e renda de algumas nações, como os Estados Unidos.

O FED [Sistema de Reserva Federal], o banco central americano, é obrigado por lei a perseguir simultaneamente três objetivos: utilização plena da capacidade produtiva instalada, pleno emprego da força de trabalho e estabilidade de preços.

Economia

Já o Banco Central independente no Brasil foi uma artimanha [malandragem] criada pelos banqueiros e especuladores para garantir a rolagem da dívida pública, pagamento de juros e amortizações com o Orçamento da União – independente de políticas sociais e necessidades essenciais da sociedade, independente da decisão do povo que escolhe o presidente da República nas urnas.

– O Orçamento da União é esquartejado na boca do caixa para caber no que sobra depois que o Estado paga os juros exigidos pelo sistema financeiro – explica o cientista político Cesar Benjamin.

Para driblar a alternância de poder no BC, o sistema financeiro, que é contra o Brasil e os brasileiros, aprovou a norma que concede mandatos fixos e longos ao presidente e aos oito diretores do Banco Central, em mandatos não coincidentes com os do presidente da República responsável pela nomeação.

A anulação do BC independente é possível perante do Direito porque seu nascimento foi eivado de vícios e má-fé, que atentam contra a realização do Estado Soberano.