Pode dar muito ruim para o presidente cessante Jair Bolsonaro (PL), pois o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) disse na sexta-feira (02/08), durante comício em São Luís (MA) que, caso eleito, revogará todos os sigilos de 100 anos decretados pelo atual inquilino do Palácio do Planalto em “uma caneta”. Lula dividiu palco com Flávio Dino e Carlos Brandão, candidatos ao Senado e ao governo, respectivamente, além de líderes locais e nacionais.
– Flávio Dino, pode ficar certo que o meu primeiro decreto será revogar todos os sigilos daquele cara. Quem não deve não teme. Ele está tentando esconder cem anos até daquele ministro general dele, da Saúde, que tem tanta responsabilidade quanto ele pela morte de centenas de pessoas na pandemia, recebeu um prêmio: sigilo de cem anos – declarou Lula.
A imposição do sigilo de um século ocorreu em situações que ganharam destaque durante o governo Bolsonaro:
- Cartão de vacinação de Bolsonaro foi colocado em sigilo, em meio à pandemia de covid-19, enquanto questionava eficácia e segurança das vacinas;
- Sobre informações dos crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome dos filhos Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro;
- Processo na Receita Federal que descreve a ação do órgão para tentar confirmar tese da defesa do senador Flávio Bolsonaro, com objetivo de anular a origem do caso das “rachadinhas”;
- Processo do Exército que apurou a ida do general da ativa e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello a um ato no Rio de Janeiro com o presidente Jair Bolsonaro e apoiadores do governo, no meio da pandemia.
Ainda sobre Flávio Dino, o ex-presidente Lula indicou que poderá aproveitá-lo como ministro ao dizer que o ex-governador maranhense “vai ser eleito senador, mas não será senador por muito tempo”.
– Esse Flávio Dino, ele que se prepare […] Se prepare, porque vai ter muita tarefa nesse país. Vai ter muita tarefa nesse país – afirmou Lula, para quem o ex-juiz federal “é o governador mais competente que nós temos no Brasil”.
Mudar o país
Lula disse que, no ponto da vida em que se encontra, não tem mais a disposição para fazer algo que não acredite, e por isso voltou a ser candidato, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
– Quando eu tomei a decisão de voltar a ser candidato a presidente da República, é porque eu amo esse país e eu não posso aceitar que ele seja destruído pela incompetência de um fascista, pela incompetência de alguém que na sua juventude foi expulso do Exército brasileiro, de alguém que conta sete mentiras por dia, de alguém que é capaz de decretar cem anos de sigilo – completou o ex-presidente.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.