O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à TV 247, disse nesta terça-feira (21/3) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformado com a derrota nas urnas, planejou dar um golpe de Estado no dia 1º de janeiro de 2023.
No entanto, analisou Lula, o antigo presidente recuou porque iria ter muita gente na Praça dos Três Poderes. Segundo a coordenação do evento, cerca de 300 mil pessoas estiveram presente em Brasília para assistir o petista subir a rampa do Palácio do Planalto pela terceira vez.
Lula disse que Bolsonaro ‘planejava dar o golpe na posse’ ao responder uma pergunta sobre os ataques terroristas de 8 de janeiro. No entanto, o atual mandatário afirmou que defende a presunção de inocência para seu antecessor. “Defendo a ele tudo que eu não tive”, pontuou, ao garantir que o presidente da República não tem o poder de prender ninguém e que esse papel cabe ao judiciário.
Ato contínuo, o presidente Lula chorou ao lembrar dos 580 dias que ficou preso em Curitiba e da perseguição política que sofreu da Lava Jato.
“Eu tinha certeza de que era um processo que eu ia sobreviver e sair mais forte. Por isso a minha tranquilidade nesse período todo, muita mágoa. A morte da Marisa foi uma coisa muito ruim, depois a morte de meu irmão quando eu estava na PF, foi muito ruim. As acusações, as leviandades, o que as pessoas escreviam. Muitas vezes você precisa se preparar para isso, nao pode se deixar levar”, afirmou o presidente.
“Foi um momento muito rico de resistência. Quantas vezes eu deitava naquela cama e ficava de barriga pra cima olhando o teto”, disse Lula, quando teve de interromper sua fala, ao recordar dos 580 dias em que foi preso injustamente pela Lava Jato.
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