Jornalistas britânicos dizem que CIA supostamente planejou assassinar Julian Assange

Em uma publicação em seu site oficial, o Sindicato Nacional de Jornalistas do Reino Unido registra que a CIA supostamente planejou sequestrar e assassinar Julian Assange – o que motivou o Wikileaks a exigir sua libertação.

Essa grave acusação ocorre às vésperas de um tribunal de Londres julgar um recurso de Assange contra sua extradição aos Estados Unidos.

Em setembro de 2021, uma investigação realizada pelo Yahoo! News trouxe à tona relatos perturbadores sobre as ações consideradas pela CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) em sua perseguição a Julian Assange.

Essas alegações indicam que a CIA teria contemplado atos criminosos, incluindo sequestro e assassinato, como parte de seus esforços para capturar Assange.

Michelle Stanistreet, secretária-geral do NUJ (Sindicato Nacional dos Jornalistas), no Reino Unido, expressou profunda preocupação com essas revelações.

A possibilidade de que serviços de segurança dos EUA tenham considerado tais ações em território de um aliado confiável é considerada assustadora.

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Mais alarmante ainda é a ideia de que tais atos poderiam ter sido contemplados como resposta à publicação de verdades inconvenientes por Assange.

Durante as audiências de extradição de Assange, o governo dos EUA não contestou evidências de que indivíduos supostamente trabalhando em seu nome haviam grampeado a embaixada do Equador em Londres, seguido familiares e associados de Assange, e invadido o escritório de seu advogado.

Este contexto lança dúvidas adicionais sobre as recentes alegações.

Se confirmadas, as histórias do Yahoo! News enfraquecem significativamente o argumento do governo dos EUA de que sua tentativa de extraditar Assange não é politicamente motivada.

A secretária-geral da NUJ, Michelle Stanistreet, instou a secretária do Interior do Reino Unido a esclarecer se os serviços de segurança tinham algum envolvimento ou conhecimento desses planos.

Anthony Bellanger, secretário-geral da IFJ, destacou que, se verdadeiras, essas acusações lançam uma sombra longa sobre todo o jornalismo independente.

Ele ressaltou a necessidade de uma investigação completa e pediu às autoridades britânicas que libertassem Assange imediatamente, citando riscos graves à sua vida caso fosse extraditado para os Estados Unidos.

As ações consideradas pela CIA, conforme relatado, representam uma ameaça significativa à liberdade de imprensa e ao jornalismo independente.

A ideia de que um jornalista possa ser alvo de tais atos extremos por publicar informações que desafiam o poder estabelecido é um alerta para a sociedade democrática.

Essas alegações contra a CIA, se comprovadas, não apenas questionam a legitimidade das ações dos Estados Unidos contra Julian Assange, mas também representam um perigoso precedente para a liberdade de imprensa e a democracia.

É crucial que haja uma investigação completa e transparente sobre essas alegações para garantir a proteção do jornalismo independente e a responsabilização por quaisquer atos ilícitos.

A transparência e a justiça devem ser as pedras angulares na abordagem deste caso delicado e significativo.

O mundo jornalístico, assim como a comunidade internacional, devem manter uma vigilância constante para assegurar que a verdade prevaleça e que a liberdade de imprensa seja defendida.

É imperativo que as autoridades internacionais, incluindo governos e organizações de direitos humanos, intervenham para assegurar que todas as ações tomadas contra Julian Assange sejam justas, legais e transparentes.

A integridade do jornalismo independente e a proteção dos direitos dos jornalistas em todo o mundo dependem disso.

O caso de Julian Assange se tornou um símbolo da luta pela liberdade de imprensa e pela proteção dos direitos dos jornalistas.

As alegações de atos criminosos pela CIA são alarmantes e exigem uma resposta firme e decidida de todos os defensores da liberdade de expressão e da verdade.

A sociedade deve permanecer vigilante e exigir responsabilidade e transparência nas ações dos governos e de suas agências.

Sobre o processo de extradição de Julian Assange para os EUA

Em 11 de abril de 2019, Julian Assange foi preso pela Polícia Metropolitana de Londres por não se ter rendido à justiça em 2012 para ser extraditado para a Suécia. 

Em 20 de abril de 2022, a justiça britânica autorizou a extradição de Assange para os Estados Unidos para ser julgado por espionagem. 

Os Estados Unidos querem extraditar Assange para o julgar por 18 acusações relacionadas com a divulgação de documentos diplomáticos e militares confidenciais há mais de uma década. 

Se for declarado culpado, Assange pode ser condenado a 175 anos de prisão. 

Em 6 de junho de 2023, um juiz da Suprema Corte de Londres havia negado a permissão para que Assange apele contra a ordem de extradição. 

No entanto, um novo recurso de Assange foi aceito e será julgado nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro em um tribunal de Londres.

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