O ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), ensaia um movimento de ruptura com o grupo do governador Ratinho Júnior (PSD) ao se aproximar do PSB e manter viva sua pretensão de disputar o Palácio Iguaçu em 2026.
No último fim de semana, Greca participou de um comício em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, que reuniu cerca de 10 mil trabalhadores do asseio e conservação.
No ato, dirigentes do PSB lançaram publicamente sua pré-candidatura ao governo do Paraná, em contraste com as sinalizações de Ratinho de que o escolhido do grupo para a sucessão será definido entre o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi (PSD), o vice-governador Darci Piana (PSD) e Guto Silva (PSD).
O evento contou com a presença de lideranças como Manassés Oliveira e Paulo Rossi, da executiva estadual do PSB, além de Messias Obama da Silva, da direção municipal socialista.
O partido é presidido no estado pelo deputado federal Luciano Ducci (PSB), que é da base de sustentação do presidente Lula (PT) no Congresso.
No palanque, Greca discursou como candidato e foi saudado como o nome capaz de aglutinar forças progressistas no Paraná.
Segundo fontes do PSB, o gesto de lançar o ex-prefeito diante da massa trabalhadora foi pensado como recado direto a Ratinho Júnior: Greca não pretende abrir mão do projeto eleitoral, mesmo que isso implique mudança de trincheira.
Reportagens anteriores do Blog do Esmael já mostravam que o governador vinha evitando citar Greca em suas falas públicas, preferindo destacar Alexandre Curi como articulador da base governista na ALEP.
Esse silêncio reforça a leitura de que o ex-prefeito está sendo deixado de lado no jogo da sucessão.
Greca, por sua vez, busca reforço político entre socialistas e setores da esquerda, mesmo permanecendo no PSD.
O movimento lembra sua trajetória marcada por mudanças de campo e alianças pragmáticas, de acordo com as circunstâncias políticas.
A cena em São José dos Pinhais sinaliza que a sucessão paranaense de 2026 está longe de ser consenso no grupo de Ratinho Júnior.
Ao se lançar pela via socialista, Greca expõe a fragmentação do grupo político do governador, o que cria um fator de incerteza no tabuleiro estadual.
Se essa aliança com o PSB prosperar, o ex-prefeito pode reposicionar-se como alternativa competitiva contra o bloco conservador e oferecer um palanque robusto para Lula no Paraná.
O jogo está aberto, mas já é certo que a disputa pela cadeira de governador terá mais de um postulante dentro do mesmo campo político.
Leia mais sobre a sucessão no Paraná no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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