Globo e Intercept estão certos em proteger suas fontes; errado está Moro

A TV Globo está coberta de razão quando protege uma de suas fontes, o ministro Sérgio Moro, conhecido vazador de conversas ilegais da presidenta Dilma Rousseff no pré-impeachment de 2016.

Também tem razão o site The Intercept Brasil, fundado pelo jornalista Glenn Greenwald, que vem vazando diálogos comprometedores do ex-juiz e procuradores da Lava Jato.

O Intercept afirma que recebeu vastos arquivos de fonte anônima e se recusa a falar sobre ela, pois, corretamente, a Constituição Federal de 1988 lhe garante o sigilo profissional. A Globo também tem suas fontes anônimas, dentre as quais Moro, por isso sai em sua defesa.

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Quem está errado nessa história é o ex-juiz e atual ministro da Justiça ao tentar criminalizar a atividade do jornalista do Intercept. Na prática, ao ligar os supostos hackers presos a Greenwald, Moro busca esquivar-se dos graves conteúdos revelados contra si na #VazaJato.

Por isso Moro tenta parar as reportagens do Intercept com truques e armações. A agressão a Glenn Greenwald e aos jornalistas do Intercept se configura em atentado contra todos os jornalistas brasileiros e à liberdade de imprensa assegurada na Constituição.

Portanto, nesse jogo de xadrez, Intercept e Globo estão cobertos de razão porque se movimentaram de acordo com a Magna Carta.

Quem já levou xeque-mate nesse tabuleiro é o ministro Moro, embora ele ainda não reconheça a derrota.

Moro era juiz. Cometeu crime vazando grampo ilegal de Dilma para justificar a prisão do ex-presidente Lula, seu objetivo e dos procuradores da Lava Jato. Eles fizeram um conluio, ao arrepio da lei, em nome do poder, do dinheiro e da vaidade – considerados pecados capitais pelo direito canônico.

A Moro e aos procuradores da Lava Jato, sobretudo Dallagnol, só há um caminho possível: pedir para sair já, antes que sejam tirados de suas respectivas funções.