Globo quer CPI do INSS e Lula paga a conta

A velha Globo voltou com sede de sangue.

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A sexagenária emissora carioca, que perdeu espaço nas redes e audiência na TV, agora aposta alto numa nova CPI — a do INSS. Seu alvo principal: Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência e peça-chave na coalizão de Lula para 2026.

Mas não se engane. A moral da história não é sobre combater corrupção — é sobre poder, pauta e palanque.

A casca de banana da Globo no caminho de Lula

Por trás da narrativa “jornalística”, a emissora tenta repetir a receita que ajudou a minar o governo Dilma: isolar o presidente, pedir cabeças e, com isso, construir uma aparência de imparcialidade que lhe permita manter a liderança na verba publicitária federal.

Curiosamente, nem a própria Globo acusa Lupi de crime. O que se cobra é “omissão” diante de um esquema bilionário que, segundo a Polícia Federal e a CGU, começou em 2019 — ou seja, ainda no governo Bolsonaro.

A tática é clara: transferência de culpa, criando o ambiente perfeito para enfraquecer o governo Lula às vésperas da eleição de 2026.

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Verba de R$ 126 milhões turbina cobertura “crítica”

Apesar da artilharia pesada, a Globo foi o maior destino de publicidade federal em 2024: ao menos R$ 126 milhões em campanhas institucionais, contra R$ 52 milhões da Record.

No total, o governo gastou mais de R$ 413 milhões em anúncios — parte via Secom, parte via Ministério da Saúde. E, como sempre, a Globo lidera o ranking, mesmo atacando o governo que a sustenta.

Como diria o povo: com o governo Lula, a Globo faz oposição… remunerada.

Oposição faz cena, mas CPIs estão travadas

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, a oposição de extrema direita tenta emplacar a CPI do INSS com 171 assinaturas — segundo o deputado Zucco (PL-RS). Mas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), lembra: há 12 pedidos na fila e só 5 podem funcionar ao mesmo tempo.

Do outro lado, o líder do PT, Lindbergh Farias, afirma que a investigação já está em curso pela PF e CGU e que uma CPI nas mãos do PL não contribuiria em nada:

“É um crime abjeto. A linha é investigar tudo. Mas CPI do PL é palanque eleitoral.”

O jogo da mídia: da Lava Jato à fraude no INSS

A preocupação da Globo com o “dinheiro dos aposentados” lembra, e muito, o que ela fez com a Lava Jato. Transformou uma operação judicial em show de linchamento público, que depois foi desmascarada como farsa jurídica.

Agora, repete o script: usa a dor real de milhões de aposentados para tentar construir um novo espetáculo — que coincidentemente também desgasta o governo popular de esquerda.

Gleisi sai em defesa de Lupi e aponta dedo para a era Bolsonaro

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Esta é a ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo Lula. Foto: reprodução/RRSS

Em meio à ofensiva da Globo e da oposição pela cabeça de Carlos Lupi, quem entrou em campo foi a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). De forma direta, ela rechaçou a pressão pela demissão do pedetista e fez questão de lembrar que não há qualquer investigação formal contra o ministro da Previdência.

Não tem nada contra o Lupi no inquérito. O presidente é muito cauteloso com a presunção de inocência. Se houver algo contra ele, será afastado, como qualquer outro ministro”, afirmou Gleisi em entrevista à GloboNews.

A ministra também cravou que a escolha do novo presidente do INSS — após a saída de Alessandro Stefanutto — será prerrogativa exclusiva de Lula, não do ministro Lupi.

“É o presidente quem decide. E já decidiu que vai escolher o novo nome.”

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Governo rebate narrativa da oposição: “quem nomeou foi Marinho”

Gleisi ainda foi além: lembrou que o esquema fraudulento começou no governo Bolsonaro, quando Rogério Marinho era o secretário da Previdência e posteriormente indicou quem comandaria a pasta.

“A oposição também tem que se preocupar. Os problemas surgiram nesse período”, alfinetou a ministra.

Ela também minimizou a pressão por CPI:

“Estamos tranquilos. A investigação da Polícia Federal é muito mais robusta que qualquer CPI.”

Lula segura Lupi, mas cobra explicações públicas

Presidente Lula banca Lupi no INSS.
Presidente Lula banca Lupi no INSS.

Mesmo em clima de defesa, Gleisi deixou claro que Lula espera uma postura proativa de Lupi:

“O governo espera que ele [Lupi] dê explicações. Agora que já esclareceu, tem que focar em resolver essa situação.”

A fala confirma os bastidores: o Planalto não quer rifar Lupi agora, mas também não pretende protegê-lo cegamente. A lógica é simples: se surgir algo concreto, o pedetista dança. Se não surgir, a Globo e a oposição ficam no grito — e no prejuízo político.

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O que você precisa saber sobre a campanha da Globo pela CPI do INSS

A Globo está pedindo uma CPI contra Carlos Lupi?

Indiretamente, sim. A emissora pressiona pela abertura da CPI do INSS e levanta dúvidas sobre a conduta de Carlos Lupi, mesmo sem provas de envolvimento direto.

O que o governo fez sobre as fraudes no INSS?

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União já estão investigando os descontos indevidos, que somam cerca de R$ 6,3 bilhões desde 2019.

A oposição vai conseguir abrir a CPI do INSS?

Ainda é incerto. A oposição afirma ter assinaturas, mas há 12 CPIs na fila e só cinco podem funcionar simultaneamente. A decisão está nas mãos da presidência da Câmara.

Quanto o governo Lula pagou à Globo em 2024?

Segundo dados da Secom, pelo menos R$ 126 milhões foram repassados à emissora, a maior fatia entre os veículos de comunicação.

A Globo tem isenção nessa cobertura?

Essa é a grande questão. Enquanto critica o governo Lula, a Globo recebe milhões em publicidade oficial — o que levanta dúvidas sobre imparcialidade e interesses econômicos.

Lula financia quem pede sua cabeça?

A ironia é cruel. O governo que identificou as fraudes agora é culpado por elas. E mais: paga com verba pública a emissora que o crucifica.

Essa é a natureza do paradoxo midiático brasileiro: o governo Lula está pagando para ser fuzilado em horário nobre.

Se seguir esse roteiro até 2026, corre o risco de repetir o mesmo erro de Dilma: confiar demais em quem lucra com sua queda.

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