Gilmar x Fux; bate-boca de ministros ecoa fora do plenário do STF

De tédio o distinto público não vai morrer, se depender dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os magistrados arrastaram os bate-bocas para fora do plenário.

Gilmar Mendes fez questão de fulminar o colega presidente do STF, Luiz Fux, que decidiu cassar a liminar determinando a soltura de André do Rap –acusado de tráfico de drogas– devido ao excesso de prazo na prisão temporária.

“Eu vejo agora muita gente entusiasmada: ‘vamos proibir a liminar, não se pode’. A liminar mais longa que eu conheço na história do Supremo Tribunal Federal, ao menos que tenho lembrança, é aquela do auxílio-moradia, por que não vem no plenário de imediato?”, disparou Gilmar, referindo-se à liminar de Fux, sobre auxílio-moradia para juízes e promotores, que demorou 4 anos para ser analisada pela corte.

Fux é tende a revigorar o populismo penal e expor seu fetiche pela Lava Jato durante a presidência do STF. Gilmar, por sua vez, é da linha garantista. Ele tem sustentado derrotas estratégicas à força-tarefa de Curitiba.

Após críticas sobretudo de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, o presidente do STF afrouxou:

“O Supremo do futuro é um Supremo que sobreviverá sempre realizando apenas sessões plenárias”, prometeu Fux. “Será uma Corte em que sua voz será unívoca. Em breve, nós desmonocratizaremos o STF, que as suas decisões sejam sempre colegiadas numa voz uníssona daquilo que a Corte entende sobre as razões e os valores constitucionais”, completou.

Economia

O ministro Gilmar Mendes respondeu de pronto: “Respeitem um pouco a inteligência alheia, não façam muita demagogia e olhem para os próprios telhados de vidro”, sugeriu.

De tédio, bastam as campanhas eleitorais para prefeito e vereador. As emissoras de televisão e os TSE conseguiram eliminar os debates. Um horror, um desserviço à democracia.

Entretanto, o STF nos salva. O Supremo não nos deixará morrer de tédio nesses tempos de pandemia e de obscuridades.

Como dizia o poeta russo Vladimir Maiakóvski: é melhor morrer de vodca que de tédio!