Folha chora a morte da Lava Jato em editorial deste fim de ano

Jornalão paulistano gastou o editorial de hoje com defunto ruim: a Lava Jato

O jornal Folha de S.Paulo gastou o editorial desta quinta-feira (30/12) com defunto ruim: a Lava Jato.

O jornalão paulistano chorou em editorial deste fim de ano a morte da operação que prendeu ilegal e inconstitucionalmente o ex-presidente Lula, perseguiu o PT, cuja manobra pilotada pelo ex-juiz Sergio Moro, possibilitou a vitória de Jair Bolsonaro na eleição de 2018.

Embora reconheça o acerto do STF, que declarou Moro um juiz suspeito, em abril passado, a Folha ainda não fez a autocrítica necessária por defender os crimes da Lava Jato entre 2014 e 2021.

O luto da Folha não poupou o ministro Edson Fachin, então da 2ª Turma do Supremo, que, segundo o jornalão, enfiou os pés pelas mãos e piorou a situação com uma solução ruim.

“Foi o caso de Edson Fachin, que, na tentativa de evitar que a 2ª Turma declarasse a suspeição de Moro, decretou que os processos de Lula não deveriam ter corrido na 13ª Vara Federal de Curitiba. No entanto a discussão sobre a parcialidade não foi deixada de lado”, soluça o editorial.

Economia

Para não destoar da regra, o jornalão ainda recorre à fake news [notícia falsa] para minimizar os abusos da Lava Jato. Segundo opinião mentirosa da Folha, a força-tarefa “desbaratou grandes esquemas de corrupção, recuperando bilhões de reais para os cofres públicos e condenando políticos e empresários que sempre operaram sob o manto da impunidade”.

“Seu legado merecia tratamento melhor”, pede o editorial, como se pedisse respeito aos mortos.

No entanto, a realidade é bem diferente dessa ventilada pelo jornalão e pela velha mídia corporativa: a Lava Jato cometeu abusos, que não se justificam em hipótese alguma; o ex-juiz Sergio Moro cometeu crimes e por isso foi declarado suspeito pelo STF; a força-tarefa de Curitiba promoveu mais mais de 4,4 milhões de desempregos e ainda causou cerca de US$ 170 bilhões de prejuízos ao País, de acordo com estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Em tempo: a Folha “esqueceu” de mencionar no editorial que a Lava Jato confirmou que era um movimento político e que seus próceres se filiaram no Podemos, partido do senador Alvaro Dias; que o ex-juiz Sergio Moro é pré-candidato a presidente e o ex-procurador Deltan Dallagnol é pré-candidato a deputado federal; que Moro é investigado pelo TCU em caso de “revolving door” –porta giratória– prática em que o servidor público tira vantagem quando migra para a mesma área no setor privado.