Federação de Boulos, Rede-PSOL, flerta com Alvaro Dias no Paraná; vídeo

A federação Rede-Psol pode apoiar Alvaro Dias ao governo do Paraná em 2026, caso a candidatura se confirme. A sinalização veio do presidente estadual da federação, Jorge Bernardi (Rede-Psol), em entrevista ao Blog do Esmael durante o ato de filiação do ex-senador ao MDB, realizado em Curitiba, em 8 de dezembro de 2025.

Bernardi classificou o retorno de Alvaro Dias ao MDB como um momento histórico da política paranaense. Lembrou que grande parte da chamada “velha guarda” iniciou sua trajetória no partido, inclusive ele próprio, que passou pela Juventude do MDB antes de seguir outros caminhos partidários até chegar à Rede.

Para o dirigente da federação Rede-Psol, Alvaro é um dos políticos mais respeitados do Paraná e carrega um ativo raro no cenário atual. “Ele tem um passado limpo e orgulha a todos nós”, afirmou, ao explicar por que o nome do ex-senador não encontra resistência no campo progressista.

Questionado pelo Blog do Esmael sobre a hipótese de Alvaro disputar o governo do Paraná, Bernardi foi direto. Disse que, se esse cenário se concretizar, a federação vai discutir formalmente a possibilidade de apoio. Segundo ele, não existe veto ao nome de Alvaro, nem na Rede nem, em sua avaliação, na maioria do Psol.

A fala é relevante porque rompe a lógica automática de alinhamentos ideológicos rígidos. Bernardi afirmou que a federação busca alguém “centrado”, capaz de recolocar o Paraná em destaque nacional e de resgatar um projeto de estado com protagonismo político e institucional.

Nos bastidores, a declaração amplia o espectro de alianças possíveis para Alvaro Dias. Até aqui associado majoritariamente ao campo da centro-direita, o ex-senador passa a ser visto também como opção aceitável para setores da esquerda não alinhados automaticamente ao lulismo ou a candidaturas próprias.

O gesto também revela uma leitura pragmática da federação Rede-Psol no Paraná. Diante de um cenário fragmentado e da ausência, até o momento, de um nome competitivo próprio para o Palácio Iguaçu, a construção de alianças passa a ser tratada como possibilidade concreta, não como tabu.

Ao final da entrevista, Jorge Bernardi ressaltou sua longa trajetória política, iniciada ainda na década de 1970, no movimento estudantil, e disse ser uma honra falar ao Blog do Esmael. O agradecimento encerrou uma conversa que, mais do que protocolar, acrescentou um dado novo ao xadrez eleitoral de 2026.

Quando a federação Rede-Psol admite discutir apoio a Alvaro Dias, o jogo muda de patamar. A sinalização indica que a disputa pelo governo do Paraná pode romper fronteiras ideológicas tradicionais e abrir espaço para uma candidatura de amplo espectro.

Há, contudo, uma contradição política evidente nesse aceno. Alvaro Dias é um líder de centro-direita, com trajetória liberal na economia e posições conservadoras em temas institucionais, enquanto a federação Psol-Rede integra a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e abriga o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (Psol-SP), uma das principais vozes da esquerda no país.

A sinalização de diálogo, portanto, expõe um pragmatismo eleitoral que desafia rótulos, sobretudo num cenário em que alianças passam a ser definidas menos por identidade programática e mais pela viabilidade política de 2026.

Continue acompanhando os bastidores da política e do poder pelo Blog do Esmael.

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