Fachin assume STF após gestão Barroso marcada por enfrentamento ao bolsonarismo

Fim de ciclo no Supremo. O ministro Luís Roberto Barroso encerrou sua gestão nesta quinta-feira (25), em Brasília, destacando a importância do trabalho conjunto e da defesa da democracia. Na segunda (29), a presidência do STF passa ao paranaense Edson Fachin, que construiu sua carreira jurídica em Curitiba e no interior do Paraná.

Barroso foi aplaudido de pé no Plenário e recebeu homenagens de colegas, da PGR, da OAB e da AGU. O decano Gilmar Mendes frisou a “firmeza inabalável” do ministro diante de ataques à Corte, recordando que, pela primeira vez, um ex-presidente e militares de alta patente foram condenados por tentativa de golpe de Estado.

Durante a gestão, o STF também avançou em temas como igualdade de gênero, direitos das minorias e defesa do meio ambiente. “Ninguém é bom sozinho. O Supremo resistiu junto com a sociedade civil e a imprensa”, disse Barroso, em tom de despedida.

Nascido em Rondinha (RS) e radicado no Paraná desde cedo, Fachin fez carreira como professor titular de Direito Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Conhecido pelo perfil acadêmico e pela atuação firme em causas sociais, foi advogado militante em Curitiba antes de ser nomeado ministro do STF em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff (PT).

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No Blog do Esmael, Fachin sempre figurou como personagem ligado à história recente da política e do direito no Paraná. Sua trajetória inclui defesa da reforma agrária, estudos sobre família e sucessões, além de uma postura independente no Supremo, mesmo em decisões polêmicas como na Lava Jato.

Ao assumir a presidência, Fachin terá a missão de dar continuidade ao papel do STF na proteção do Estado de Direito em meio a novas pressões eleitorais e institucionais. Diferentemente de Barroso, cuja retórica foi marcada pelo enfrentamento, Fachin tende a apostar em seu estilo mais discreto, mas não menos rigoroso.

O desafio é enorme: garantir estabilidade institucional até as eleições de 2026, num país polarizado e com a democracia constantemente posta à prova.

O Supremo inicia nova fase com a presidência de um ministro que carrega as marcas da formação paranaense e de uma vida acadêmica dedicada à justiça social. A expectativa é de que Fachin, com serenidade, mantenha a firmeza do Tribunal.

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Este é o ministro do STF Luís Roberto Barroso. Foto: Luiz Silveira/STF

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