Há quem veja no forte pronunciamento do presidente americano Joe Biden contra o mandatário russo Vladimir Putin o reinício da guerra fria dos Estados Unidos contra a Rússia.
Bravata ou não, Biden disse nesta quarta-feira (17/3) que o presidente russo irá enfrentar as consequências por direcionar os esforços para influenciar a eleição presidencial dos EUA de novembro de 2020 a favor Donald Trump, e que elas ocorrerão em breve.
“Ele vai pagar um preço”, ameaçou Biden à ABC News em uma entrevista transmitida hoje. Questionado sobre quais seriam as consequências, ele disse: “Você verá em breve”.
Um relatório da inteligência dos EUA na terça-feira (16/3) reforçou alegações de longa data de que Putin estava por trás da interferência eleitoral de Moscou, uma acusação que a Rússia chamou de infundada.
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Ao mesmo tempo, Biden observou que “há lugares em que é do nosso interesse mútuo trabalharmos juntos”, como a renovação do acordo nuclear START, acrescentando que os dois líderes têm uma história conhecida.
“Eu o conheço relativamente bem”, disse Biden, referindo-se a Putin, acrescentando que “a coisa mais importante em lidar com líderes estrangeiros na minha experiência … é apenas conhecer o outro cara”.
De Putin, Biden disse não achar que o líder russo tenha alma. Questionado se achava que Putin era um assassino, ele disse à ABC: “Eu acho”.
Biden derrotou Trump na eleição e assumiu o cargo há dois meses.
O reinício da guerra fria com a Rússia pode ser apenas uma retórica, cortina de fumaça, neste início do governo Biden. Afinal, o público interno americano –e russo– também precisa de distração nesses tempos de covid e de grave crise econômica.
Com informações da Reuters
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.