EUA buscam entendimento com China na área econômica, enquanto estimula guerra na Ucrânia

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, concluiu sua visita de dois dias a Pequim, onde conseguiu avanços na restauração de algum equilíbrio na relação econômica instável entre os EUA e a China. A informação é do jornal americano The New York Times, neste domingo (9/7).

A visita de Yellen tem sido um ponto central de sua atuação como secretária do Tesouro, sendo ela uma das principais autoridades do gabinete responsável pela supervisão das relações com a China.

Durante a visita, Yellen se encontrou com o vice-premiê chinês He Lifeng, seu homólogo, como um primeiro passo para amenizar as relações entre os dois países. No entanto, não foram anunciados avanços significativos durante a coletiva de imprensa realizada por Yellen na embaixada dos EUA. Ela sugeriu que a viagem resultará em conversas regulares e construtivas com autoridades chinesas.

Yellen tentou equilibrar suas declarações em um momento delicado, expressando preocupações sobre o tratamento da China em relação às empresas americanas e pedindo que o país faça mais para ajudar na questão das mudanças climáticas e do endividamento das nações mais pobres. Ela ressaltou que os EUA e a China têm divergências significativas, mas que essas discordâncias não devem ser encaradas como um conflito de grandes potências.

Um comunicado da agência oficial de notícias Xinhua informou que os dois lados concordaram em “fortalecer a cooperação e coordenação” e continuar interagindo sobre desafios globais. No entanto, o comunicado da Xinhua também criticou os Estados Unidos por enfatizar a segurança nacional, fazendo uma crítica implícita às ações da administração Joe Biden, como a limitação das vendas para a China dos semicondutores mais avançados.

Além disso, o artigo menciona que Yellen se encontrou com vários altos funcionários chineses, incluindo o primeiro-ministro Li Qiang e o novo chefe do Partido do Banco Popular da China, Pan Gongsheng. Ela é apenas a segunda autoridade do governo Biden a visitar a China desde que o presidente Biden assumiu o cargo em 2021.

Economia

O secretário de Estado, Antony Blinken, visitou Pequim no mês passado, e John Kerry, enviado especial do presidente Biden para as mudanças climáticas, planeja visitar o país ainda este mês.

Embora não haja informações detalhadas sobre os resultados concretos da visita de Yellen à China, o artigo destaca que as discussões foram úteis, mas ainda existem fricções entre os dois países. Yellen tentou acalmar as preocupações da China em relação às restrições impostas pela administração Biden ao acesso chinês a certas tecnologias avançadas, mas o comunicado chinês deixou claro que Pequim ainda está incomodado com essas medidas.

Além disso, é mencionado um outro artigo do The New York Times, intitulado “Chips Make It Tough for the U.S. to Quit China” (Os chips dificultam a saída dos EUA da China). Esse artigo destaca como os fabricantes de chips estão enfrentando dificuldades para operar na China, mas afirmam que fazer negócios no país ainda é fundamental para sua sobrevivência. O setor de semicondutores se tornou o ponto central da rivalidade tecnológica entre Washington e Pequim, com restrições e medidas punitivas impostas por ambos os lados.

O Times aponta que os Estados Unidos impuseram restrições cada vez mais rigorosas aos chips e equipamentos de fabricação de chips que podem ser enviados para a China, devido a preocupações de que produtos americanos estejam alimentando programas militares e de vigilância chineses que vão contra os interesses de segurança nacional dos EUA. Ao mesmo tempo, a China é um mercado importante para os chips, uma vez que abriga muitas fábricas que produzem produtos ricos em chips, como smartphones, lava-louças, carros e computadores, que são exportados para o mundo todo e adquiridos pelos consumidores chineses.

O texto também menciona que a administração Biden está planejando investir pesadamente na fabricação de semicondutores nos EUA para atrair fábricas fora da China. O Departamento de Comércio deve começar a distribuir fundos para ajudar empresas a construir instalações de fabricação de chips nos EUA. No entanto, esses investimentos virão com restrições, pois as empresas que receberem financiamento devem evitar expandir suas instalações de fabricação de alta tecnologia na China.

Em outra abordagem relevante do The New York Times é intitulado “Janet Yellen’s Trip to China: 3 Takeaways” (As 3 lições da visita de Janet Yellen à China). Neste artigo, são destacados três pontos principais da visita de Janet Yellen a Pequim.

Primeiro, Yellen estabeleceu laços com os novos líderes econômicos da China, que têm menos experiência internacional do que seus antecessores.

Segundo, ela evitou o termo “decoupling” (desacoplamento) e enfatizou a importância de cadeias de suprimentos diversas em vez disso.

Por fim, embora as discussões tenham sido úteis, as posições políticas tanto dos EUA quanto da China não recuaram, o que indica que ainda há desafios a enfrentar em relação ao comércio, investimento e tecnologia entre os dois países.

Em resumo, a visita de Janet Yellen à China teve como objetivo restaurar o equilíbrio nas relações econômicas entre os EUA e a China. No entanto, isso não significou um desestímulo americano à guerra na Ucrânia. Nas últimas horas, por exemplo, a administração Biden autorizou o envio de bombas de fragmentação a Kiev, que luta contra a Rússia.

LEIA TAMBÉM

Deixe um comentário