Entenda as relações perigosas entre controladores das Americanas e a privatização da Eletrobras

A Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) chamou atenção para a interferência que o mesmo grupo de acionistas da varejista Americanas tem na ex-estatal após a revelação do escândalo na Americanas. O fundo 3G Radar é o maior acionista preferencial da Eletrobras, com 10,88%, acima da BNDESPar (6,68%), braço de participações do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também possui 6,52% das ações preferenciais.

Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira são sócios do 3G Radar e também são principais acionistas da Americanas. Segundo a Aeel, esses acionistas tem visão de curto prazo, o que seria preocupante se tratando do setor elétrico.

A Aeel afirma que recentemente o Conselho de Administração da Eletrobras, sob influência da 3G Radar, aprovou uma nova política de recompra de ações e alterou sua política de pagamento de dividendos. A associação também informou que os executivos da Eletrobras foram agraciados com aumentos de 400% e que houve um novo método para premiar os executivos com uma remuneração variável baseada em ações.

A Aeel destaca ainda que outro fato em comum na gestão da 3G Radar na Eletrobras e na Americanas é o estabelecimento de uma relação estreita entre os executivos da companhia e os auditores da empresa, a PwC, que aprovou as contas da Americanas. A associação afirma que esse modelo de gestão produz apenas resultados de curtíssimo prazo, levando a grandes desastres em médio e longo prazo.

O governo do presidente Lula não descarta reestatizar a Eletrobras e o Blog do Esmael soube que o Palácio do Planalto já busca um nome para a presidência da companhia energética.

Evidentemente que o “mercado” prevê um efeito dominó caso a privatização da Eletrobras seja revertida, ou seja, os especuladores veem como impossível a venda da Copel (Companhia Paranaense de Energia) nesse cenário.

Economia

Americanas terá recuperação judicial

O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concordou na quinta-feira (19/1) com o pedido de recuperação judicial da Americanas.

A Americanas, uma das maiores varejistas do país, formalizou nesta quinta-feira (19/1) o pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O processo de recuperação judicial é usado quando uma empresa busca renegociar dívidas para evitar falência.

O pedido de recuperação judicial ocorreu 8 dias após a varejista informar ao mercado sobre um rombo contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço financeiro. A empresa calcula ter R$ 43 bilhões em dívidas.

“A Americanas é, sem receio de se estar cometendo um exagero, uma gigante nos mercados brasileiro e mundial, que precisa do apoio e da compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise”, afirma a Americanas no pedido de recuperação.

Com mais de 40 mil funcionários e uma rede de 3.500 lojas, a varejista vendeu R$ 39 bilhões nos primeiros 9 meses de 2022. Ela está entre as maiores varejistas do país, ao lado de Magazine Luiza e Via (dona das marcas Casas Bahia e Ponto).

A Americanas justificou a necessidade de recuperação judicial, alegando dificuldade para manter as atividades operacionais devido a bloqueios financeiros promovidos pelos bancos. “Todo o caixa da empresa vem sendo dragado por instituições financeiras detentoras de créditos contra o Grupo Americanas sujeitos aos efeitos desta recuperação judicial. O risco, então, caso não seja deferido o imediato processamento desta recuperação judicial, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas, o que impedirá o cumprimento de obrigações diárias indispensáveis ao exercício da atividade empresarial, tal como o pagamento de fornecedores e funcionários”, afirma a empresa.

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