O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) identificou a causa primária do apagão que deixou cerca de 29 milhões de brasileiros sem energia: uma falha no desempenho dos equipamentos localizados próximos à linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, no Ceará, que pertence à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras, foi privatizada em 2023.
O relatório do ONS destaca que os equipamentos responsáveis pelo controle de tensão operaram abaixo do ideal.
A análise da perturbação revelou que o desempenho dos controles em campo, especialmente no que diz respeito à capacidade de suporte dinâmico de potência reativa, ficou muito aquém dos modelos matemáticos fornecidos pelos agentes e representados na base de dados oficial de transitórios eletromecânicos.
Um ponto crucial é que a diferença entre o desempenho real dos equipamentos e as simulações não permitiu ao ONS identificar os riscos relacionados ao cenário operativo pré-distúrbio.
Isso, por sua vez, contribuiu para a ocorrência do apagão, uma vez que não foram tomadas medidas preventivas a tempo.
Com a divulgação deste relatório, intitulado “Relatório de Análise de Perturbação (RAP)”, os agentes do sistema elétrico terão a oportunidade de manifestar suas opiniões e fornecer insights adicionais.
Essa colaboração é essencial para melhorar a resiliência do sistema elétrico e evitar futuras falhas semelhantes.
O prazo para a finalização do relatório é 17 de outubro.
Para contextualizar ainda mais, o blecaute afetou 25 estados e o Distrito Federal.
A interrupção começou às 8h30 do dia 15 de agosto, com uma queda no fornecimento de 19 mil megawatts, representando cerca de 27% da carga total de 73 mil MW naquele horário.
Vale ressaltar que a recuperação do serviço variou significativamente por região.
Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o fornecimento foi restabelecido quase que integralmente em menos de uma hora.
No entanto, na Região Nordeste, a recuperação demorou mais, sendo necessário cerca de três horas para restabelecer apenas 70% da carga afetada.
O impacto mais significativo foi na Região Norte, onde a carga só foi completamente restaurada após cerca de sete horas.
Para eletricitários ouvidos pelo Blog do Esmael, a principal causa do apagão é a perda de memória técnica pelas empresas de energia privatizadas, qual seja, a privatização é sinônimo de apagão.
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