Em nota, APP-Sindicato diz que Ratinho Júnior “mentiu” em entrevista à RPC

  • Ratinho Jr “mentiu” na RPC ao acusar educadores de falsificarem atestados médicos, diz entidade representativa do magistério paranaense
  • Durante entrevista ao programa Meio Dia Paraná, na RPC, segundo a APP, Ratinho revelou todo o seu despreparo e desprezo pelos servidores públicos

Os educadores paranaenses ficaram “pistola” nesta quinta-feira (15/09), ao meio dia, com a entrevista do governador cessante Ratinho Júnior (PSD) na RPC, afiliada à TV Globo no estado.

Ratinho Jr. escorregouu ao responder questões sobre os gastos com as terceirizações na educação, sem contratações PSS, e ao acusar sem provas professores que supostamente fraudam atestados médicos.

A jornalista Carolina Wolf apresentou dados da própria Secretaria de Educação, de 2019, em que o estado gastou R$ 314 milhões nas contratações diretas com funcionários PSS. Hoje, de acordo com o portal da transparência, relatou ela, o governo tem 37 contratos em vigor, com 15 empresas, ao custo de R$ 532 milhões, quase 70% a mais que o custo de quando eram contratados por PSS.

Ratinho alegou que o custo aumentou porque 30% dos funcionários apresentavam atestado médico e, na sua grande maioria, não estavam doentes.

Incréduta, a jornalista, que integrava a bancada de entrevistadores, insistiu perguntando se isso justificaria o aumento de 70% na contratação terceirizada.

Como resposta, o governador culpou as “ações trabalhistas” movidas pelos trabalhadores contratados pelo regime PSS.

Economia

Ainda não contente com a resposta de Ratinho, a jornalista Carolina Wolf retomou:

– Rapidamente, dados oficiais mostram aumento de mais de R$ 200 milhões de gastos. O senhor disse que houve uma economia. Qual é a economia então?

Como resposta Ratinho Júnior disse que intensificará as terceirações no estado, se for reeleito.

Abaixo, leia a íntegra da nota oficial da APP-Sindicato:

Desacostumado a ser confrontado pela imprensa, Ratinho Junior deixou cair a máscara nesta quinta-feira (15).

Questionado na sabatina da RPC pela jornalista Carolina Wolf sobre os gastos com a desastrosa terceirização dos(as) funcionários(as) de escola, o candidato à reeleição acusou a categoria de apresentar atestados médicos falsos.

“Por que você não colocou aí o custo que nós temos com 30% dos funcionários que apresentavam atestado médico, que na sua grande maioria não estavam doentes”, disparou.

Trata-se de uma mentira escandalosa. Uma afronta à dignidade dos(as) trabalhadores(as) e à inteligência dos(as) paranaenses, que merece repúdio de toda a sociedade e retratação pública e imediata.

Sem apresentar qualquer prova, Ratinho acusou publicamente os(as) servidores(as) de cometerem crime de uso de documento falso, tipificado no artigo 304 do Código Penal. Indiretamente, as acusações infundadas se estendem também aos(às) médicos(às) que teriam cometido o crime de Falsidade de Atestado, que tem pena de detenção de um mês a um ano, mais multa.

Acostumado à vida fácil que o sobrenome lhe confere, o governador não faz a menor ideia do que é trabalhar em uma escola pública. Não sabe o que é passar o dia esquentando a barriga no fogão, limpando dúzias de salas de aula e banheiros e atendendo milhares de estudantes e familiares.

Ainda assim, se julga mais capacitado do que os(as) médicos(as) do Estado para avaliar a saúde física e mental dos(as) trabalhadores(as), profundamente deteriorada pelas políticas desastrosas do seu governo.

Vale frisar que Ratinho sucateou o Serviço de Atendimento à Saúde (SAS) e transformou a perícia médica em um agravante. Basta pisar em uma escola pública para constatar. Muitos(as) preferem trabalhar doentes para não passar pelo extenuante processo de avaliação.

Terceirizados(as) sequer têm o direito a adoecer, uma vez que são demitidos(as) sumariamente pelas empresas contratadas a peso de ouro com o dinheiro dos paranaenses.

O governador foi além: disse que o Estado gasta demais com ações trabalhistas movidas por PSS, o que justificaria a terceirização. A verdadeira resposta de Ratinho Junior está nas entrelinhas: se o seu governo sofre com ações trabalhistas, é porque viola a Lei e desrespeita direitos. Se o adoecimento é um problema, acaba-se com o direito a adoecer.

A APP-Sindicato repudia veementemente a fala do candidato e estuda as medidas judiciais cabíveis diante das mentiras e acusações aos(às) valorosos(às) trabalhadores(as) da educação.

Temos orgulho de servir à população do Paraná e vergonha do atual governo. Ele passará, nós ficaremos.

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