Eduardo Bolsonaro desafia Moraes e amplia ofensiva internacional

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou neste sábado (9) que os Estados Unidos foram “apenas o primeiro” país onde articulou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em transmissão ao vivo, o parlamentar assegurou que continuará a buscar medidas semelhantes em outros países e ainda lançou um desafio ao magistrado, dizendo que tomará “precauções” para evitar um eventual pedido de prisão via Interpol.

A declaração reacende a tensão entre o núcleo bolsonarista e o Judiciário, num momento em que Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e enfrenta ações penais no STF. Para aliados do ministro Moraes, o gesto de Eduardo configura uma escalada política deliberada, com potencial de tensionar a já instável relação entre os Poderes.

No Congresso, a fala dividiu opiniões. Parlamentares da base governista classificaram a atitude como “diplomacia do confronto”, prejudicial à imagem do Brasil. Já oposicionistas mais radicais comemoraram a disposição do deputado em manter a ofensiva internacional, interpretando-a como um movimento para “internacionalizar a pressão” sobre o Supremo.

No plano externo, a postura de Eduardo Bolsonaro pode agravar o desgaste diplomático com países que têm laços históricos com o Brasil, especialmente na União Europeia, onde há resistência a qualquer narrativa que enfraqueça instituições democráticas. Fontes do Itamaraty avaliam que o episódio cria um “foco de ruído” em negociações comerciais e de cooperação, sobretudo porque o parlamentar se apresenta como filho do ex-presidente e membro influente da oposição.

O cálculo político da fala, segundo analistas, é mobilizar a base bolsonarista no Brasil e na diáspora, usando plataformas internacionais para transformar embates judiciais em pauta de “liberdade de expressão” e “perseguição política”. O risco, entretanto, é que essa retórica reverbere como desinformação e ataque institucional, alimentando novas frentes jurídicas contra o próprio deputado.

Enquanto isso, o STF mantém em andamento investigações contra integrantes do bolsonarismo por atos antidemocráticos e ataques às instituições. Nos bastidores do Supremo, a avaliação é de que a pressão externa não alterará o curso dos processos, mas exigirá mais atenção à segurança dos ministros e às tentativas de influenciar decisões por meio de pressão política internacional.

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