Direita se canibaliza em disputa sobre PL da Anistia

Confusão pouca é bobagem na direita, que agora se vê em plena canibalização por divergências internas em torno do PL da Anistia, apelidado de PL da Dosimetria.

A disputa expôs rachas, desautorizou caciques como Aécio Neves (PSDB-MG), Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Michel Temer (MDB-SP) e ainda arrastou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a linha de tiro.

O youtuber bolsonarista Paulo Figueiredo ironizou o triunvirato: “Sabe o que falta aqui? Voto”.

Em sua avaliação, Temer é o presidente mais impopular da história, Paulinho é suplente de um cassado e Aécio está politicamente acabado.

“Chance de vocês decidirem o futuro do Brasil? Zero”, escreveu Figueiredo, defendendo a anistia total sem concessões.

O advogado Fábio Wajngarten, ex-ministro da Secom no governo Bolsonaro, também elevou o tom contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que afirmou que Eduardo Bolsonaro “iria matar o pai” se lançasse candidatura sem o consentimento dele.

“A pacificação deve começar dentro de casa e não com essa fala inconsequente e inconcebível”, publicou no X, antigo Twitter.

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O estopim é a tentativa de remodelar a proposta de anistia ampla para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Deputados e senadores passaram a falar em “dosimetria” das penas, como se fosse um meio-termo.

A manobra, porém, desagrada a diferentes alas, que se acusam mutuamente de traição e capitulação.

Enquanto a confusão aumenta em Brasília, Flávio Bolsonaro viajou a Roma nesta sexta-feira (19) acompanhado de Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF).

O grupo visitou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) no presídio de Rebibbia, onde ela está presa há mais de dois meses.

A presença do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no exterior foi alvo de críticas dentro da própria direita, que cobra foco no embate parlamentar e vê na viagem um gesto de descolamento da realidade política brasileira.

O marido da parlamentar, coronel Aginaldo, tentou dar um tom simbólico ao encontro: “Carla não foi abandonada. Essa visita mostra que ela continua com prestígio, tanto é que quatro senadores estão aqui.”

Mas, no Congresso, a leitura é de que Flávio deixou espaço aberto para adversários internos se fortalecerem.

A direita, que sempre pregou disciplina e unidade, mergulha em contradições públicas: enquanto uns tentam blindar aliados, outros viajam para posar de fiéis escudeiros no exterior.

O resultado é o mesmo, desorganização e enfraquecimento.

O que era para ser uma bandeira de “pacificação” virou um espetáculo de autofagia.

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