Desbolsonarização

O Brasil dá indicação de que está se desbolsonarizando, ou seja, deixando de apoiar ou acreditar no presidente Jair Bolsonaro numa velocidade incrível.

A pesquisa Datafolha afirma neste domingo (16/5), por exemplo, que só 14% dos brasileiros acreditam nas declarações do mandatário enquanto 50% nunca confiam.

A desbolsonarização ainda pode ser medida pela maioria dos pesquisados, 49%, que apoia o impeachment ante 46% que desaprova.

No entanto, a pá de cal no bolsonarismo são as sondagens de intenção de voto.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria o segundo turno com 55% contra 32% de Bolsonaro na eleição de 2022.

Na simulação do primeiro turno, o petista tem 47% dos votos válidos faltando apenas três para fechar a fatura.

Economia

A rápida desbolsonarização traz alguns riscos políticos, como já perceberam os luas-pretas do PT.

É possível que Jair Bolsonaro termine o ano de 2021 com apenas 10% de aprovação. Ou seja, a desbolsonarização pode derrubar Bolsonaro do cavalo.

Com a inviabilização de Bolsonaro, a burguesia terá de produzir uma “terceira via” em cima do eleitorado do atual presidente. O script é velho, o do “voto útil”, contra o mal maior [Lula e o PT].

Aos olhos do eleitor, a disputa presidencial pode entrar numa área nebulosa em que ele [cidadão] terá dificuldade em diferenciar as candidaturas. Por isso é fundamental ouvir PSOL, PCO e setores do PT, que defendem voltar às ruas contra o modelo político neoliberal.