Depois de negar a vacina, deputado bolsonarista nega que houve ditadura militar no Brasil

O pitoresco deputado Missionário Ricardo Arruda (União), “terrivelmente evangélico”, defendeu na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) que “nunca houve ditadura em nosso país”. O tom negacionista e ainda a concordância com a prática da tortura causou revolta na Casa.

Embora se declare evangélico e homem de Deus, Arruda causou arrepios na espinha de verdadeiros democratas na ALEP nesta segunda-feira (25/04) ao elogiar a tortura.

– Os únicos que dizem que foram torturados foi quem mereceu ser torturado – disse o deputado que é missionário da Igreja Mundial do Poder de Deus, a mesma do apóstolo Valdemiro Santiago.

O deputado Tadeu Veneri (PT) chegou bater boca com Missionário Arruda. O pessoal do deixa-disso teve de separar os parlamentares em plenário.

– É uma vergonha o que o senhor fala naquela tribuna. É uma vergonha, porque o senhor nunca teve coragem de enfrentar a ditadura […] Eu acho que a tribuna tem limites, a tribuna não permite tudo […] A tortura é o que tem de pior, mais abjeto no ser humano. A tortura é prender uma pessoa sem provas, levá-la ao cativeiro, espancá-la, dar choque na uretra, choque no ânus, choque nos lábios […] A tortura fez com que muitos delatassem pessoas que sequer conheciam – discursou o petista.

– Não podemos transigir com aqueles que apoiam a ditadura. Com aqueles que defendem a tortura. Não podemos aceitar que a tribuna sirva de apologia à tortura – cobrou Veneri mirando a mesa executiva da ALEP.

Economia

O deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição na ALEP, interveio na discussão e lembrou dos momentos tristes na ditadura.

– Contra a tortura só há uma coisa, o repúdio e o nojo, diferente disso é defendê-la. É inaceitável que ainda hajam, inclusive dentro da Assembleia Legislativa, discursos saudosistas a um período tão sombrio para o história brasileira. Ditadura nunca mais – reagiu o líder o oposicionista.

O deputado Missionário Ricardo Arruda, que é bolsonarista, durante a pandemia, foi um dos negacionistas mais militantes contra a vacina, o passaporte de imunização, dentre outras regras sanitárias adotadas pelo poder público. Agora ele migrou para a questão do negacionismo da ditadura militar no Brasil e se apresenta como defensor da tortura. Uma lástima.

Moral da história: Jair Messias Bolsonaro fez escola, uma péssima escola, que vai custar cara para as próximas gerações de brasileiros.