Datafolha: Lula recupera fôlego e lidera corrida para 2026

Pesquisa Datafolha indica recuperação de Lula e ampliação da vantagem sobre Bolsonaro e Tarcísio

A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (2), indica uma recuperação da posição do presidente Lula (PT) na corrida pela reeleição em 2026. Ele lidera isoladamente em todos os cenários de primeiro turno e, no segundo, ampliou sua vantagem – no limite da margem de erro – sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Essa discreta, mas significativa, mudança ocorre em meio ao embate entre Lula e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, o que levanta questões sobre o impacto da política externa na percepção interna e a fragilização da oposição diante do alinhamento bolsonarista a Trump.

Contexto da pesquisa: Embate político e cenários para 2026

O levantamento do Datafolha, realizado em 29 e 30 de julho de 2025, com 2.004 eleitores em 130 municípios, apresenta um cenário eleitoral em desenvolvimento. A recuperação de Lula nas pesquisas coincide com o embate diplomático com Donald Trump, que elevou tarifas de importação contra o Brasil. Essa ação de Trump, justificada pela alegação de que Bolsonaro é um “perseguido político” – em referência ao processo de inelegibilidade do ex-presidente, acusado de tentativa de golpe –, colocou a oposição brasileira em uma saia-justa e gerou a pecha de “traidores da pátria” para o clã Bolsonaro e seus aliados, incluindo o governador Tarcísio de Freitas.

Nos bastidores dos números: Lula x Bolsonaro e as novas apostas da direita

A pesquisa Datafolha testou sete cenários de primeiro turno, mantendo o nome de Bolsonaro avaliado, apesar de sua inelegibilidade, seguindo um precedente legal. Lula ampliou em cinco pontos a vantagem sobre Bolsonaro em relação à pesquisa do mês anterior, marcando 39% contra 33% do ex-presidente, dentro da margem de erro de dois pontos. O presidente também se destaca contra os filhos de Bolsonaro, Eduardo (PL-SP), com 39% contra 20%, e Flávio (PL-RJ), com 40% contra 18%. Michelle Bolsonaro (PL-DF) perde para Lula por 39% a 24%.

No confronto com Tarcísio de Freitas, há estabilidade em relação à rodada anterior, com Lula registrando 38% e o governador paulista, 21%. Nos cenários sem Lula, Tarcísio é o principal nome da oposição, empatando tecnicamente com Fernando Haddad (PT) (23% a 23%) e com Geraldo Alckmin (PSB-SP) (24% a 22%).

Radar do Poder: Ratinho Jr. no páreo e a pulverização da direita

Nas hostes oposicionistas, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), surge como um nome a ser observado, consistentemente em terceiro lugar nos cenários mais prováveis, oscilando entre 10% e 14%. Nas simulações de segundo turno, onde o empate técnico entre Lula e Bolsonaro ou Tarcísio foi desfeito, Ratinho Jr. também se destaca, perdendo para Lula por 45% a 40%, desempenho similar ao de Tarcísio. A popularidade de seu pai, o apresentador de TV, pode ser um fator relevante para sua projeção nacional, especialmente em um cenário onde a direita busca novos nomes fora do clã Bolsonaro e Tarcísio enfrenta pressões para focar na reeleição em São Paulo.

Lula também registra vantagem sobre outros governadores: 47% a 35% contra Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e 46% a 36% contra Romeu Zema (Novo-MG).

A rejeição como fator decisivo para 2026

A rejeição aos principais nomes também foi avaliada pelo Datafolha. Lula e Bolsonaro apresentam patamares de rejeição quase proibitivos: 47% para o atual presidente e 44% para o ex-presidente. A família Bolsonaro também registra alta rejeição, na casa dos 36% a 38%.

Em contraste, nomes da oposição sem o sobrenome Bolsonaro se beneficiam da pouca exposição nacional. Tarcísio de Freitas tem apenas 17% de rejeição, enquanto Ratinho Jr. registra 21% e Zema, 22%. No campo governista, Haddad, com histórico de derrota nacional em 2018, tem 32% de rejeição, e Alckmin, 27%.

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